Folha de S. Paulo


Retrato de Clinton faz referência a Monica Lewinsky, diz artista

Um artista da Filadélfia que pintou um retrato oficial do ex-presidente Bill Clinton (1993-2001) causou polêmica ao revelar que a sombra presente no quadro foi uma referência a Monica Lewinsky, a ex-estagiária da Casa Branca com quem o então mandatário assumiu ter mantido uma "relação inapropriada".

Nelson Shanks disse ao "Philadelphia Daily News" que a sombra ao lado de Clinton significa a mancha que o escândalo deixou em seu mandato. Segundo o artista, ele usou inclusive um vestido azul num manequim para fazer a sombra, nos momentos em que o presidente não estava junto no Salão Oval.

Um vestido azul de Lewinsky, manchado de sêmen de Clinton, serviu como evidência no processo fracassado de impeachment contra o presidente.

A pintura, que faz parte do acervo da National Portrait Gallery, de Washington, um dos mais importantes museus do país, já tinha sido alvo de polêmica desde que veio a público, em 2006, por mostrar Clinton sem a aliança na mão esquerda.

"Os Clinton odeiam essa pintura, pressionaram muito a National Portrait Gallery para que a retirasse", disse Shanks ao jornal. Para o artista, Clinton é "o maior mentiroso de todos os tempos".

Segundo a porta-voz da galeria, Bethany Bentley, a pintura estava exposta até três anos atrás, mas não houve um pedido da família Clinton para que ela fosse retirada. Bentley explicou à Associated Press que o quadro é uma das 55 imagens de Clinton que são revezadas na exposição.

Lewinsky trabalhou como estagiária na Casa Branca entre 1995 e 1996, e, segundo depoimento dela em 1998, eles se encontraram, pelo menos dez vezes, a maioria delas no Salão Oval. Ela admitiu ter feito sexo oral com ele em seu escritório. Clinton, contudo, negou ter tido "relações sexuais" com ela.


Endereço da página: