Folha de S. Paulo


Maduro diz que imporá visto obrigatório a cidadãos dos EUA

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que imporá um sistema de "visto obrigatório" a cidadãos dos EUA que queiram visitar o país.

Maduro também ordenou a "redução e revisão" do pessoal diplomático da embaixada americana em Caracas –desde 2010, com as expulsões mútuas de seus embaixadores, as representações diplomáticas dos dois países são comandadas por encarregados de negócios.

O presidente fez a declaração a simpatizantes, que participavam de uma manifestação pró-governo na capital venezuelana neste sábado (28). Ele alegou que a imposição do visto obrigatório é "proteger o país" e "evitar interferências" dos EUA.

No dia 19 de fevereiro, depois de mandar prender o opositor Antonio Ledezma, prefeito metropolitano de Caracas, Maduro acusou Ledezma de conspirar para derrubá-lo, com apoio dos EUA. Washington respondeu que as acusações não têm fundamento.

Em dezembro do ano passado, o presidente americano, Barack Obama, promulgou lei aprovada pelo Congresso que pune autoridades do governo da Venezuela acusadas de violência contra manifestantes nos protestos de 2014. Maduro chamou de "agressão" a medida de Obama.

ESPIONAGEM

Durante a manifestação, o presidente venezuelano também ameaçou proibir autoridades americanas de entrar na Venezuela, em retaliação às sanções promulgadas por Obama.

"Nós capturamos alguns cidadãos americanos em atividades clandestinas, espionagem, tentando aliciar as pessoas em cidades ao longo da costa venezuelana", discursou Maduro, acrescentando que um piloto norte-americano de ascendência latina havia sido capturado no Estado de Táchira –seu nome não foi divulgado.

Táchira é o Estado onde, na terça-feira, o adolescente Kluyberth Roa, 14, foi morto por um policial às margens de um protesto na cidade de San Cristóbal.

Na sexta-feira, Abdy Pereira, chefe de uma organização evangélica venezuelana, disse que um grupo de quatro missionários fora interrogado depois de participar de uma campanha de assistência médica na cidade litorânea de Ocumare de la Costa, no norte do país.

Em entrevista por telefone no sábado (28) à agência Reuters, Pereira informou que os quatro haviam deixado o país e ido para Aruba, após terem sido questionados por vários dias por suposto envolvimento em espionagem.

O pastor negou a acusação e disse que o grupo de missionários trabalhava na Venezuela havia 14 anos. Segundo a agência Associated Press, os quatro são do Estado de Dakota do Norte, nos EUA, e foram mantidos sob custódia de quarta (25) até sábado (28), quando foram liberados.


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