Folha de S. Paulo


Violência e impasse político aumentam dúvida sobre trégua na Ucrânia

Nas primeiras 24 horas após o acordo para um cessar-fogo na Ucrânia, combates entre o Exército e os separatistas pró-Rússia mataram mais de 20 pessoas e, no campo diplomático, as partes envolvidas continuam divergindo sobre os termos do pacto.

A violência e os impasses entre Ucrânia, a Rússia e os separatistas dão mais incertezas sobre o cumprimento da trégua, que está prevista para começar à 0h deste domingo (20h de sábado em Brasília).

As autoridades regionais disseram que pelo menos 13 civis morreram em bombardeios feitos nas cidades de Donetsk, Lugansk e Horlivka. Já o Exército ucraniano informa ter tido 11 soldados mortos e 40 feridos nos combates.

As batalhas mais intensas desta sexta acontece na região de Debaltseve, cidade dominada pelas autoridades ucranianas que há duas semanas é assediada pelos separatistas. Nas últimas horas, os rebeldes conseguiram fechar o cerco na área.

O avanço separatista acontece apesar de a cidade estar do lado correspondente ao Exército ucraniano no acordo assinado em Minsk, capital de Belarus, na quinta (12).

O vice-ministro da Defesa, Petro Mekhed, exigiu que se os rebeldes se retirem da região e da cidade portuária de Mariupol até o início da trégua. Segundo o acordo, os dois lados devem retirar suas tropas e armamentos em área de 50 a 140 km do outro.

A tensão no front também se repetiu nas declarações diplomáticas. O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, pediu que não sejam criadas expectativas sobre o cumprimento do acordo. "Ainda falta muito para chegar à paz e que ninguém tem certeza se as condições para a paz serão cumpridas".

Por outro lado, o governo russo descartou que o presidente Vladimir Putin tenha prometido libertar a piloto ucraniana Nadezhda Savchenko, como anunciado por Poroshenko na quinta (12). Ela é acusada de cooperar com a morte de dois jornalistas russos.


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