Folha de S. Paulo


Reunião internacional no Níger discute combate ao Boko Haram

Uma reunião internacional começou nesta terça-feira (20) em Niamy, capital do Níger, para tratar da luta contra o grupo jihadista Boko Haram, que controla territórios no nordeste da Nigéria, ameaça o Chade e faz incursões em Camarões.

"A emergência do Boko Haram reflete nossa lentidão e incapacidade para fazer-lhe frente", se lamentou o ministro das Relações Exteriores do Níger, Mohamed Bazoum, que abriu a reunião.

Entre os participantes, figuram os ministros da Defesa de seis países africanos: Benin, Camarões, Guiné Equatorial, Níger, Nigéria e Chade.

Entretanto, havia também representantes da Alemanha, do Canadá, da China, da Espanha, dos EUA, do Reino Unido e da União Europeia, além de organizações pan-africanas e internacionais.

AFP
Abubakar Shekau, líder do Boko Haram, em vídeo divulgado pelo grupo
Abubakar Shekau, líder do Boko Haram, em vídeo divulgado pelo grupo

Bazoum disse que a situação da segurança na Nigéria e na bacia do rio Chade piorou consideravelmente e afirmou que a tomada no início do mês da estratégica cidade estratégica de Baga, no nordeste nigeriano, mostra a capacidade do grupo jihadista.

Segundo a Anistia Internacional, o ataque de Baga foi o mais destrutivo da história do Boko Haram. A organização falou em 2.000 mortos, enquanto o governo nigeriano confirmou apenas 150. É muito difícil que as cifras sejam confirmadas.

Fotos de satélite que mostram a destruição, entretanto, foram divulgadas na semana passada.

O exército do Chade se deslocou para o norte de Camarões para ajudar no combate ao grupo islâmico nigeriano.

Boko Haram/AFP
Meninas sequestradas pelo Boko Haram; caso ganhou repercussão em 2014
Meninas sequestradas pelo Boko Haram; caso ganhou repercussão em 2014

Os chadianos anunciaram na segunda que iriam ajudar no combate. No fim de semana, os extremistas sequestraram 80 pessoas e mataram outras três em território camaronês.

Desde 2009, a insurreição do Boko Haram (que significa "a educação ocidental é proibida") e sua repressão pelas forças nigerianas deixaram mais de 13.000 mortos e mais de um milhão de refugiados.


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