Folha de S. Paulo


Imagens de satélite mostram destruição causada pelo Boko Haram

A Anistia Internacional (AI) e a Human Rights Watch (HRW) publicaram separadamente nesta quinta-feira (15) imagens de satélite que mostram a destruição provocada pelos recentes ataques do grupo jihadista Boko Haram em Baga e Doro Gowon.

Segundo a AI, 2.000 pessoas morreram nas ofensivas. O governo nigeriano fala em 150.

As imagens de antes e depois dos ataques mostram que ao menos 3.700 estruturas, em sua maioria casas e pequenos comércios, foram destruídas.

Nas fotos, os pontos vermelhos representam a vegetação, que foi totalmente destruída.

Efe
Fotos mostram antes (acima) e depois (abaixo) de Baga, na Nigéria
Fotos mostram antes (acima) e depois (abaixo) de Baga, na Nigéria

"As imagens mostram uma devastação de proporções catastróficas nas duas localidades, uma delas (Doro Gowon) praticamente foi varrida do mapa", denuncia o investigador da AI para a Nigéria, Daniel Eyre.

Ainda que não se possa precisar o número de vítimas, a ONG acredita que o ataque —que visava civis, já que não havia presença das forças de segurança nos locais,— tenha sido o mais letal e destrutivo da história do Boko Haram.

A HRW, por sua vez, estima que, no caso de Doro Gowon, os ataques tenham destruído quase 60% de uma aldeia que, até pouco tempo atrás, abrigava uma base militar conjunta de vários países para lutar contra o crime transnacional e, mais recentemente, contra o Boko Haram.

No entanto, a instabilidade da zona e os crescentes ataques do grupo islâmico provocaram a retirada dos contingentes estrangeiros, motivo pelo qual a milícia não encontrou resistência quando iniciou os ataques, em 3 de janeiro.

A ONG também calcula que mais de 10% de Baga tenha sido reduzida a cinzas. Uma porcentagem alta, mas que pode desmentir a cifra de 2.000 mortos estimada pela AI.

Não é a primeira vez que Baga sofre um ataque de grandes proporções. Em abril de 2013, o Exército nigeriano arrasou a cidade depois que milicianos do Boko Haram mataram um soldado num atentado supostamente lançado de lá.

Desde 2009, a violência da milícia e sua repressão pelas forças de segurança já deixaram 13 mil mortos e mais de 1 milhão de deslocados.

O grupo, cujo nome significa "a educação ocidental é proibida", luta para instaurar um califado no norte da Nigéria.


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