Folha de S. Paulo


Equipes de resgate recuperam uma das caixas-pretas de avião da AirAsia

As equipes de resgate da Indonésia conseguiram recuperar nesta segunda-feira (12) uma das duas caixas-pretas do avião da AirAsia que caiu há duas semanas no mar de Java com 162 pessoas a bordo, informou a imprensa local.

O chefe da agência indonésia de resgate Basarnas, Bambang Soelistyo, disse que o dispositivo que se pôde levar para a superfície é o de registro de voo, segundo o jornal "The Straits Times".

A outra caixa-preta, responsável por gravar conversas entre piloto e co-piloto no cockpit, também já foi encontrada, mas encontra-se presa em meio a escombros do avião. Mergulhadores trabalham para recuperá-la.

As caixas-pretas foram detectadas no domingo (11) a uma profundidade de entre 30 e 32 metros, mas não puderam ser recuperadas por estarem presas entre os destroços da aeronave.

Os dois dispositivos são fundamentais para entender o que se passou durante o voo e o que exatamente derrubou o avião.

QUEDA

O voo QZ8501 decolou da cidade de Surabaia às 5h20 locais do dia 28 de dezembro e deveria chegar a Cingapura duas horas depois, mas caiu no mar de Java após 40 minutos de voo.

O avião transportava 162 passageiros, em sua maioria indonésios. 48 corpos já foram encontrados.

No dia do acidente havia formações de 'cumulus nimbus', nuvens em forma de espiral com ar quente e úmido que geram fortes chuvas e raios.

O piloto chamou a torre de controle na Indonésia quando sobrevoava o mar de Java pelo sul de Bornéu e solicitou permissão para virar à esquerda e subir desde 32 mil pés de altitude até os 38 mil para fugir de uma tempestade.

A permissão foi negada, já que havia outra aeronave nas coordenadas pedidas pelo piloto.

Entretanto, a torre autorizou que o voo subisse para os 34 mil pés instantes depois, mas não conseguiu mais contato com a aeronave.

ESTOL

De acordo com uma fonte próxima às investigações, dados do radar da aeronave aparentemente mostram que o avião fez uma subida brusca para evitar as tempestades que assolavam a região e ficou num ângulo "inacreditavelmente" inclinado antes da queda.

Possivelmente, a manobra foi além dos limites do Airbus 320.

"Até agora, os números mostrados pelo radar são inacreditavelmente altos. Foi uma subida brusca, muito brusca. Parece estar além dos limites de performance da aeronave", disse.

Fóruns de discussão online entre pilotos discutem sobre supostos dados de um segundo radar, que sugeriria que o avião estaria voando 100 nós abaixo do recomendado e que, por isso, pode ter entrado em estol -situação de perda de sustentação aerodinâmica-

Editoria de arte/Folhapress
Mapa mostra local onde destroços e corpos foram encontrados, no estreito de Karimata
Mapa mostra local onde destroços e corpos foram encontrados, no estreito de Karimata

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