Folha de S. Paulo


Atirador matou quatro ao entrar em mercado, diz procurador de Paris

François Molins, procurador de Paris, afirmou nesta sexta-feira que quatro pessoas foram mortas quando o suspeito de terrorismo Amedy Coulibaly, 32, entrou em um mercado kosher no leste de Paris —e não quando a polícia tentou resgatá-los.

A ação policial em em Port de Vincennes terminou com 15 reféns libertados.

Molins também afirmou que vários suspeitos receberam acusações preliminares na investigação, que se seguiu a três dias de tensão que apavoraram a França. Elas incluem membros da família dos três suspeitos que foram mortos pela polícia nesta sexta.

Em uma uma ação policial separada, os irmãos Said Kouachi, 34, e Chérif Kouachi, 32, suspeitos pelo ataque no jornal "Charlie Hebdo", foram mortos em uma pequena gráfica em Dammartin-en-Goële, a 35 km a nordeste da capital francesa. Previamente, eles haviam afirmado estar prontos para morrer.

Segundo uma fonte policial, eles foram mortos depois de abrir fogo contra forças policiais que invadiram seu esconderijo. Uma pessoa que era mantida como refém foi libertada.

Em um comunicado, um integrante da A Al Qaeda no Iêmen afirmou que a organização terrorista dirigiu o contra o jornal satírico em Paris.

"A liderança da AQAP dirigiu as operações e escolheu seu alvo cuidadosamente", afirmou, referindo-se à sigla em inglês de Al Qaeda da Península Arábica (AQAP, na sigla em inglês).

Segundo o integrante do grupo, que forneceu à agência Associated Press uma declaração em inglês, o massacre de 12 pessoas no jornal, conhecido por zombar das religiões, foi "uma vingança pela honra" do profeta Maomé.

No comunicado, ele afirma que o ataque correspondia aos alertas feitos pelo líder da Al Qaeda Osama bin Laden, morto em maio de 2011, ao Ocidente sobre "as consequências da persistência na blasfêmia contra as santidades muçulmanas".

Ele acrescentou que o grupo demorou em reivindicar autoria pela ação por "razões de segurança". No dia do ataque, testemunhas disseram que os atiradores haviam afirmado que o ataque era obra da AQAP.

Editoria de Arte/Folhapress
Sequestro na França - Paris - Charlie Hebdo - Chamada para Home - VAle Este - Gráfica

Em pronunciamento à nação, o presidente francês, François Hollande, pediu união após os ataques de Paris, afirmando que a "França enfrentou, mas ainda não acabou" com as ameaças.

Em discurso, o presidente dos EUA, Barack Obama, destacou os "valores universais" que unem os EUA e a França, assegurando aos franceses que os norte-americanos estão "do seu lado".

Nesta manhã, a polícia francesa havia identificado Coulibaly e uma mulher chamada Hayat Boumeddiene, 26, como suspeitos na morte de uma policial em Malakoff, ao sul de Paris, na quinta-feira (8). Ainda não há informações sobre o paradeiro de Boumeddiene, disse a polícia.

Os quatro militantes têm vínculos uns com os outros e com atividades terroristas que se estendem de Paris à Al Qaeda no Iêmen há anos. Eles são o símbolo do maior medo das autoridades ocidentais: radicais islâmicos que receberam treinamento no exterior e voltaram à sua terra natal para lançar ataques.

Tentando evitar novos ataques, o gabinete da prefeita de Paris fechou todas as lojas ao longo da rua Rosiers, no famoso bairro de Marais, no coração do distrito turístico de Paris. Horas antes do shabat judeu, a rua fica normalmente lotada com compradores —judeus franceses e turistas. A rua também fica a apenas um quilômetro de distância da sede do "Charlie Hebdo".

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