Folha de S. Paulo


França põe fim às duas crises de reféns; sequestradores estão mortos

Três terroristas que mantiveram reféns em dois locais separados foram mortos nesta sexta-feira (9) em meio a ações policiais quase simultâneas com explosões e disparos que puseram fim a três dias de pavor na região de Paris, França.

As operações policiais terminaram com quatro reféns mortos e 16 libertados após um massacre de 12 pessoas na quarta-feira (7) na redação do jornal satírico "Charlie Hebdo", disseram autoridades.

Após o fim das ações policiais, um integrante da Al Qaeda no Iêmen afirmou que o grupo dirigiu o ataque contra o jornal.

Entre os mortos desta sexta estão os dois irmãos suspeitos pelo ataque ao jornal. Segundo uma fonte policial, eles foram mortos depois de abrir fogo contra forças policiais que invadiram seu esconderijo.

Os irmãos Said Kouachi, 34, e Chérif Kouachi, 32, mantiveram um refém em uma pequena gráfica em Dammartin-en-Goële, a 35 km a nordeste da capital francesa. Previamente, eles haviam afirmado estar prontos para morrer.

Um homem identificado como Amedy Coulibaly, 32, que manteve reféns em um supermercado kosher em Port de Vincennes, no leste de Paris, também foi morto, dizem autoridades. Segundo o procurador de Paris, François Molins, o sequestrador matou quatro reféns antes de a polícia entrar no local.

Citando uma conversa telefônica entre o presidente francês, François Hollande, e o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, uma autoridade do governo israelense afirmou que 15 reféns foram resgatados no supermercado.

Em pronunciamento à nação, o líder francês pediu união após os ataques de Paris, afirmando que a "França enfrentou, mas ainda não acabou" com as ameaças.

Em discurso, o presidente dos EUA, Barack Obama, destacou os "valores universais" que unem os EUA e a França, assegurando aos franceses que os norte-americanos estão "do seu lado".

Nesta manhã, a polícia francesa havia identificado Coulibaly e uma mulher chamada Hayat Boumeddiene, 26, como suspeitos na morte de uma policial ao sul de Paris na quinta-feira (8). Ainda não há informações sobre o paradeiro de Boumeddiene, disse a polícia.

Editoria de Arte/Folhapress
Sequestro na França - Paris - Charlie Hebdo - Chamada para Home - VAle Este - Gráfica

Os quatro militantes têm vínculos uns com os outros e com atividades terroristas que se estendem de Paris à Al Qaeda no Iêmen há anos. Eles são o símbolo do maior medo das autoridades ocidentais: radicais islâmicos que receberam treinamento no exterior e voltaram à sua terra natal para lançar ataques.

Na quarta, os irmãos deixaram 12 mortos e 11 feridos ao atacar o "Charlie Hebdo", conhecido por zombar das religiões.

Tentando evitar novos ataques, o gabinete da prefeita de Paris fechou todas as lojas ao longo da rua Rosiers, no famoso bairro de Marais, no coração do distrito turístico de Paris. Horas antes do shabat judeu, a rua fica normalmente lotada com compradores —judeus franceses e turistas. A rua também fica a apenas um quilômetro de distância da sede do "Charlie Hebdo".

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