Ao menos 12 pessoas foram mortas nesta quarta-feira (7) durante um ataque a tiros à sede do jornal satírico francês "Charlie Hebdo", em Paris. Foram mortos oito jornalistas, dois policiais, um funcionário que estava na recepção e outro convidado da publicação.
Os atiradores conseguiram fugir. François Molins, promotor de Paris, disse que a polícia está perseguindo três suspeitos do ataque, mas que detalhes da investigação vão permanecer sigilosos.
O jornal já sofreu outros ataques por publicar caricaturas de líderes muçulmanos e do profeta Maomé. Em 2011, a redação, que fica perto do monumento da Bastilha, foi alvo de um incêndio criminoso após ter publicado uma série de caricaturas sobre Maomé.
Veja abaixo o passo a passo da ação dos terroristas, segundo relatos da polícia, de testemunhas e de outras autoridades francesas.
- Dois homens chegaram ao prédio do jornal francês "Charlie Hebdo" por volta das 11h30 no horário local (8h30 de Brasília) em um carro Citroen preto
- Corinne Rey, uma cartunista conhecida como Coco, disse que foi forçada a deixar os homens entrarem na sede
- Os atiradores mataram uma pessoa na recepção
- Eles se dirigiram ao andar da redação, onde os profissionais participavam de uma reunião editorial semanal. Existe a crença de que os atiradores sabiam que a reunião estava acontecendo naquele momento
- Eles se dirigiram diretamente ao diretor editorial do "Charlie Hebdo", Stephane Charbonnier, conhecido como Charb, matando primeiro a ele e ao policial que lhe fazia guarda
- Os atiradores abriram fogo usando fuzis AK-47. Eles bradaram "Allahu akbar" (Deus é o maior, em árabe) e disseram que estavam "vingando o profeta [Maomé]"
- Os profissionais da publicação mortos na ação foram: o diretor editorial Stéphane Charbonnier, o economista, escritor e editor-adjunto Bernard Maris, o funcionário de manutenção predial Frédéric Boisseau, o revisor Mustapha Ourrad e mais quatro cartunistas (Jean Cabu, Georges Wolinski, Bernard Verlhac, conhecido como Tignous, e Philippe Honoré)
- Os terroristas, então, voltaram para o Citroen, matando mais um policial durante a fuga –ele foi atingido na cabeça
- Durante a fuga, os atiradores abandonaram o carro na região de Porte de Pantin, no nordeste da cidade, e sequestraram um outro veículo, um Renault Clio cinza, expulsaram o motorista e mantiveram a fuga