Folha de S. Paulo


Diretor de jornal francês dizia que 'não abaixaria sua caneta'

Numa entrevista dada ao jornal francês "Le Monde" há dois anos, Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb, desenhista e diretor do "Charlie Hebdo", afirmou que não pretendia baixar sua arma —sua caneta—, em meio a polêmicas envolvendo sátiras a líderes muçulmanos e ao profeta Maomé.

"Não se tem a intenção de degolar alguém com uma caneta", repetia.

Charb é um dos 12 mortos no atentado desta quarta-feira (7) ao jornal "Charlie Hebdo", em Paris.

Na linha de frente das ameaças que o jornal sofria, ele contava com proteção policial desde o incêndio criminoso que atingiu a sede do periódico em novembro de 2011, após a publicação de caricaturas de Maomé.

Nascido em 21 de agosto de 1971 em Conflans-Sainte-Honorie, Charb havia trabalhado na revista franco-belga L'Echo des savanes, na Telerama, na Fluide Glacial e na L'Humanité.

Ele havia acabado de publicar no último número da Charlie Hebdo, um desenho tristemente premonitório.

No desenho, há a frase "Ainda não houve atentados na França", mas um extremista com uma metralhadora interrompe dizendo "Espere! Temos até o fim de janeiro para fazer nossos votos".

Reprodução
Temos até o fim de janeiro para apresentar os votos de Ano-Novo, diz terrorista em charge de Charb
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