Folha de S. Paulo


Parlamento britânico quer acesso a dados de relatório sobre tortura

Um comitê do Parlamento britânico pedirá aos Estados Unidos acesso às partes do relatório sobre tortura praticada pela CIA que fazem menção ao Reino Unido e foram omitidas a pedido do país.

O objetivo é saber se espiões britânicos foram complacentes com os atos praticados pela agência de inteligência americana durante o governo de George W. Bush.

Se houver evidência de tal comportamento, o Comitê de Inteligência e Segurança poderia convocar políticos do Partido Trabalhista que comandavam o país à época, como o ex-primeiro-ministro Tony Blair, para prestar esclarecimentos.

"Se oficiais da inteligência britânica estiveram presentes enquanto pessoas eram torturadas, então eles foram complacentes com tais atos", disse Malcolm Rifkind, líder do comitê.

O relatório, produzido pelo Senado dos Estados Unidos e divulgado na semana passada, mostra que a CIA omitiu da Casa Branca informações detalhadas sobre a tortura de pessoas detidas após o 11 de Setembro e que agiu com muito mais violência do que era previsto.

O governo britânico disse que pediu aos EUA, seu aliado próximo, para manter em segredo as partes do relatório referentes às atividades da inteligência do Reino Unido por razões de segurança nacional.

O ex-vice-presidente de George W. Bush, Dick Cheney, declarou neste domingo que faria tudo "de novo em um minuto", em referência aos atos descritos no documento.


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