Folha de S. Paulo


Manifestantes e policiais entram em confronto em Hong Kong

Tyrone Siu/Reuters
Policiais usam spray de pimenta para dispersar manifestantes em Hong Kong
Policiais usam spray de pimenta para dispersar manifestantes em Hong Kong

Milhares de manifestantes que pedem mudanças nas leis eleitorais de Hong Kong entraram em conflito com policiais na noite deste domingo (30) no bairro de Admiralty, nas proximidades do distrito financeiro da província.

Gritando palavras de ordem, o grupo composto principalmente por estudantes, furou uma barreira policial e cercou a sede do governo local, mas foi reprimido com sprays de pimenta, golpes de cacetete e cachorros da polícia. Segundo o jornal "The Guardian", houve ferimentos dos dois lados e vários manifestantes acabaram detidos.

"[O movimento] está crescendo. É como a desobediência civil funciona: se uma ação não é suficiente para chamar a atenção do governo, precisamos lutar mais", disse ao periódico o publicitário Kenci Wong, 24, que protestava.

Uma onda de protestos que ficou conhecida como "Revolta do Guarda-chuva" ocorre em Hong Kong desde setembro, em retaliação à determinação do governo chinês de que apenas três pré-candidatos escolhidos por um colegiado de 1.200 pessoas poderão concorrer ao posto máximo do Executivo do território em 2017.

Segundo um acordo firmado em 2007, as eleições desse ano devem ser as primeiras da história em que os cidadãos poderão escolher diretamente um representante para o cargo –nos 155 anos em que a província esteve sob domínio britânico, o chefe do Executivo de Hong Kong era apontado por Londres e, desde que o território voltou para a China, em 1997, é eleito de forma indireta, pelos parlamentares da província.

Os protestos começaram depois que a China anunciou que interferiria nas eleições locais e chegaram a reunir até 100 mil pessoas nas ruas, mas têm sido cada vez mais esvaziados. Antes dos enfrentamentos deste fim desta semana, não havia manifestações há cerca de 15 dias.

Na madrugada de sexta (28) para sábado (29), ao menos 28 manifestantes foram presos em Mong Kok, bairro comercial de Hong Kong.


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