Folha de S. Paulo


Eleição no Congresso é teste para Obama

A oposição republicana ao presidente dos EUA, Barack Obama, é favorita para conquistar o Senado e reter a maioria na Câmara dos Deputados nas eleições legislativas desta terça (4), segundo cinco pesquisas divulgadas no fim de semana.

Atualmente, os republicanos têm 45 dos 100 senadores. Mas nove democratas que buscam reeleição são de Estados conservadores, que dificilmente repetirão o voto de 2008 –ano da "onda" Obama, da ressaca do governo Bush e, especialmente, do estouro da crise financeira.

editoria de arte/folhapress

Ainda assim, a disputa é acirrada em seis Estados: apesar de a popularidade de Obama estar estacionada em 40% e ser pior ainda em Estados conservadores, os candidatos republicanos tampouco têm empolgado.

Para diversos analistas, ganhará quem conseguir levar eleitores às urnas. O voto não é obrigatório e, sendo dia de semana e sem dispensa do trabalho, muitos eleitores preferem não votar. Eleições de "meio de mandato" costumam ter comparecimento inferior a 40% dos eleitores.

A disputa pelo controle do Senado pode se estender até janeiro. Em dois Estados, Georgia e Louisiana, é possível que nenhum dos candidatos supere os 50% (em ambos, há um terceiro candidato), forçando um segundo turno entre democratas e republicanos no início de 2015.

Obama pode ficar em minoria no Senado e na Câmara, mas mesmo controlando o Senado nos últimos dois anos o governo não conseguiu aprovar nenhum grande projeto. Reforma imigratória, aumento do salário mínimo e controle da venda de armas ficaram engavetados.

editoria de arte/folhapress

Os americanos elegem hoje 100% dos 435 deputados, que têm mandato de dois anos, e um terço (33) dos 100 senadores, com mandato de seis anos, além de diversos governos estaduais e assembleias legislativas pelo país.

Há plebiscitos paralelamente –três Estados e o Distrito de Columbia, onde fica a capital, Washington, aprovam ou não a legalização do uso recreativo da maconha.

LATINOS

Em uma campanha dominada por anúncios negativos na TV e com pouquíssimas propostas, Obama virou o alvo preferido das críticas republicanas e foi praticamente "escondido" por seus correligionários democratas.

Temas caros ao eleitorado, como desemprego, economia e salário mínimo desapareceram da campanha. A crescente minoria latina também se sentiu escanteada.

"Os latinos estão bravos com os republicanos, por bloquearem qualquer reforma imigratória, mas também com Obama, por não assinar um decreto tomando iniciativa", disse à Folha Jerry Gonzalez, da ONG Galeo, que reúne políticos hispânicos eleitos no Estado da Geórgia.

"Ainda assim, estamos fazendo campanha pelo comparecimento dos latinos nas urnas. Em disputas como esta, 2 ou 3% votos de latinos podem decidir quem ganha".


Endereço da página: