Folha de S. Paulo


Acampamento de refugiados curdos fica próximo de batalha

Do alto de uma colina, é possível ver um acampamento no meio de duas guerras.

De um lado, os extremistas do Estado Islâmico (EI) contra milícias curdas, em território sírio.

Do lado turco, a polícia contra milhares de curdos que iam até a fronteira para protestar contra o governo.

Muitos curdos acreditam que as autoridades turcas fecham os olhos e ajudam a milícia para enfraquecer a causa dessa minoria.

Os curdos são uma das maiores etnias do planeta sem Estado reconhecido.

São mais de 36 milhões de pessoas espalhadas por Turquia, Iraque, Irã e Síria. Eles representam cerca de 20% da população turca e são as maiores vítimas das ações do Estado Islâmico.

A maioria dos acampamentos fica a pelo menos 5 km da fronteira. Mas um deles, erguido antes do agravamento da situação, fica a poucas centenas de metros do palco da batalha de Kobani.

Centenas de refugiados correm o risco de serem atingidos com gás lacrimogêneo, abundantemente usado pela polícia turca contra os curdos. Outra ameaça são os bombardeios.

ESTRESSE

Emhra, 25, PhD em turismo, morador da cidade de Suruç, está revoltado. "Já não basta o estresse de sobreviverem num acampamento, essas pessoas ainda estão morando na linha de frente entre o desespero e a guerra", diz, aos gritos.

Desde o dia 10 os EUA intensificaram os ataques aéreos contra militantes do EI perto de Kobani.

Nos últimos dias, a ofensiva americana mostrou algum resultado, e os extremistas perderam controle sobre partes da cidade.


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