Folha de S. Paulo


EUA confirmam primeiro caso de transmissão de ebola no país

Os Centros de Controle de Doenças (CDC) dos EUA confirmaram que uma enfermeira em Dallas é a primeira pessoa a contrair o vírus ebola em solo americano.

A funcionária do Hospital Presbiteriano do Texas cuidou do liberiano Thomas Duncan, que chegou da Libéria infectado e morreu na última quarta-feira (8).

Ela se contaminou mesmo usando o equipamento de proteção contra o vírus porque, segundo autoridades, houve "erro de procedimento". Sem ter seu nome divulgado, está na área de isolamento do hospital, em condição estável.

O caso indica que outros profissionais de saúde podem ter se contaminado ao tratar Duncan, que permaneceu 11 dias no hospital, afirmou Tom Frieden, diretor dos Centros de Controle de Doenças.

"Em algum momento do tratamento do paciente zero [Duncan] houve quebra de protocolo, que resultou na infecção", disse Frieden. "Como essa profissional se expôs, é provável que outros também tenham se exposto."

Uma investigação do CDC vai focar nas possíveis falhas ocorridas durante dois "procedimentos de alto risco" de contaminação realizados em Duncan –diálise e entubação. Mas também há a possibilidade de que a enfermeira tenha se contaminado ao tirar o macacão de proteção.

As autoridades estão sendo alvo de críticas porque a enfermeira infectada não estava entre as 48 pessoas monitoradas por terem, possivelmente, entrado em contato com o liberiano.

"Infelizmente, é possível que tenhamos mais casos de ebola nos próximos dias", disse Frieden.

Editoria de Arte/Folhapress

A epidemia de ebola já contaminou 8.300 pessoas e matou 4.033, principalmente na Libéria, Serra Leoa e Guiné, países do oeste africano.

O vírus causa febre hemorrágica e só é transmitido por meio de sangue, vômito ou outros fluidos de doentes que apresentam sintomas.

Essa é a segunda vez que uma pessoa se contamina fora da África –foi anunciado na semana passada que está infectada uma enfermeira na Espanha, que cuidou de dois padres doentes.

Frieden afirmou que será intensificado o treinamento de funcionários de saúde e que haverá esforços para reduzir o número de pessoas tratando diretamente pacientes ebola.

O hospital do Texas já havia enfrentado críticas por causa da maneira como lidou com o liberiano infectado.

Com febre, Duncan procurou o hospital, dizendo que vinha da Libéria. Mesmo assim foi mandado de volta para casa apenas com analgésicos e antibióticos.

O presidente Barack Obama determinou que o governo adote medidas adicionais para que o sistema de saúde siga o protocolo necessário para evitar o alastramento do ebola, informou um comunicado da Casa Branca neste domingo (12).


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