Folha de S. Paulo


Cerca de 6 milhões vão às urnas na Bolívia; Evo deve ser reeleito

À pé, de bicicleta ou a bordo dos poucos carros particulares credenciados, cerca de 6 milhões de bolivianos foram hoje às urnas para eleger o próximo presidente e renovar completamente o Congresso.

O atual mandatário, Evo Morales, 54, que concorre ao terceiro mandato, votou pela manhã, no Chapare –região onde cresceu e tornou-se líder do sindicato dos trabalhadores produtores de coca.

Segundo as últimas pesquisas, Morales deve se reeleger com mais de 57% dos votos. Também espera-se que seu partido, o MAS (Movimento ao Socialismo) consiga maioria de mais de dois terços do Congresso. "Vamos dar uma martelada no imperialismo", disse o presidente, em seu encerramento de campanha.

Sylvia Colombo/Folhapress
Militar acompanha votação para presidente da Bolívia em Achachi
Militar acompanha votação para presidente da Bolívia em Achachi

Espera-se que resultados parciais sejam divulgados antes das 21h (hora de Brasília) deste domingo. O presidente aguarda em La Paz e deve pronunciar-se ainda hoje.

Com um discurso de valorização das raízes mestiças do país, rebeldia contra o capitalismo norte-americano e apoiado num crescimento anual de 6% do PIB, Morales praticamente aniquilou a oposição. Fragmentada em quatro candidatos, a mesma não pôde fazer frente ao líder indígena. O segundo colocado, o empresário da área do cimento, Samuel Doria Medina, não deve alcançar sequer 20% dos votos.

Após a nacionalização do petróleo e do gás, em 2006, o governo passou a ter mais recursos para projetos sociais.

Ao mesmo tempo, Morales conquistou o empresariado da região mais rica do país, a chamada "Meia Lua" [departamentos de Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija], oferecendo obras de infraestrutura.

Editoria de Arte/Folhapress

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