Em meio a falhas de segurança na Casa Branca, a diretora do Serviço Secreto, Julia Pierson, renunciou, afirmou nesta quarta-feira (1) o secretário de Segurança Interna, Jeh Johnson.
A decisão foi tomada um dia depois de Pierson, que trabalhou para o Serviço Secreto por 30 anos, ter sido duramente questionada no Comitê de Supervisão e Reforma da Câmara dos Deputados, em uma audiência centrada nos recentes lapsos na segurança da residência oficial do presidente dos EUA, Barack Obama. Durante o dia, surgiram pedidos por sua saída.
Kevin Lamarque - 30.set.2014/Reuters | ||
Julia Pierson, que renunciou nesta quarta-feira (1) à direção do Serviço Secreto, presta testemunho perante comitê da Câmara na terça |
Pierson assumiu o controle da agência no ano passado, após embaraçosos incidentes envolvendo mau comportamento de oficiais e agentes, incluindo um escândalo de prostituição na Colômbia, em 2012.
Na terça, Pierson assumiu a responsabilidade pelas falhas que permitiram a invasão da Casa Branca. "Está claro que o nosso plano de segurança não foi propriamente executado. Isso é inaceitável", afirmou. "Assumo toda a responsabilidade e vou assegurar que isso não aconteça novamente", acrescentou.
Em 19 de setembro, Omar J. Gonzalez, que foi indiciado no caso também na terça, conseguiu escalar a cerca da residência oficial de Obama, atravessar a porta principal e correr por alguns dos cômodos armado com uma faca. A informação de que o veterano de guerra de 42 anos chegou a circular dentro da Casa Branca foi ocultada pelo Serviço Secreto e revelada na segunda-feira (29) pelo "Washington Post".
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Também segundo o jornal, o responsável por sua detenção foi um agente de segurança que estava fora de serviço na hora da invasão. O agente fazia a segurança das filhas de Obama — que haviam acabado de deixar a Casa Branca de helicóptero — e estava por acaso na mesma sala que Gonzalez.
Após o incidente, disse Pierson, foram tomadas medidas extras de segurança. Em seu depoimento, porém, ela não conseguiu conter a fúria de congressistas que participaram da audiência. "Tenho muito pouca confiança no Serviço Secreto sob sua liderança", disse a democrata Stephen Lynch.
Em julho, Gonzalez já havia sido interrogado por agentes depois de ser preso na Virgínia com 11 armas e um mapa que mostrava o caminho para a Casa Branca. Em agosto, ele foi visto vagando perto da cerca da Casa Branca com um machado preso na cintura. Detido pelos agentes, foi liberado após prestar esclarecimentos.
Colaborou GIULIANA VALLONE