Folha de S. Paulo


Construção de base de pesquisa espacial chinesa irrita argentinos

O governo chinês está construindo uma estação para explorar o espaço no sudoeste da Argentina, na Província de Neuquén, a 1.380 km de Buenos Aires. O prédio já está sendo erguido, antes mesmo de uma aprovação de senadores e deputados.

Segundo o jornal "La Nación", as Forças Armadas temem que o local seja usado para fins militares, e não apenas para pesquisa.

O acordo prevê uma concessão do território durante 50 anos, e à Argentina é vedada a possibilidade de interromper as atividades da base. Os funcionários chineses serão regidos pela legislação de seu país e, se houver algum tipo de prejuízo, a China diz que irá indenizar a Casa Rosada.

A agência espacial argentina poderá usar as instalações depois de prontas, mas por apenas 10% do tempo (duas horas e 40 minutos por dia, para atividades de cunho científico e tecnológico).

O empréstimo só poderá ocorrer caso não interfira nos lançamentos de satélites chineses. Diplomatas chineses afirmaram ao "La Nación" que a suposta perda de soberania argentina "é algo puramente absurdo".

A embaixada chinesa em Buenos Aires afirma que a estação na América do Sul será construída para dar apoio à exploração lunar e outras missões espaciais da China, com objetivos somente pacíficos.

O comunicado foi uma resposta a senadores de oposição da Argentina, que afirmaram que os equipamentos em Neuquén poderão servir também a fins militares.

A oposição afirmou estar preocupada porque não está explícita, no texto do acordo, a proibição do trabalho de militares chineses na base. A presença de membros de tropas estrangeiras na Argentina é regida por uma lei específica.


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