Folha de S. Paulo


Israel expropria terreno de 400 hectares perto de colônia na Cisjordânia

Israel anunciou no domingo (31) a apropriação de uma área de 400 hectares de terra (4 km²) na Cisjordânia, no assentamento de Gush Etzion, perto da cidade de Belém.

A decisão foi duramente criticada por ONGs como o grupo israelense Paz Agora, que se opõe à construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia (onde os palestinos desejam estabelecer parte de seu Estado).

O grupo disse que a ação pode ser a maior apropriação de terras da Cisjordânia desde os anos 1980 e que poderia "mudar drasticamente a realidade" na área.

Cerca de 500 mil israelenses vivem entre os 2,4 milhões de palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, território que o Estado judaico capturou na guerra de 1967 no Oriente Médio.

A Rádio Israel disse que a medida foi tomada em resposta ao sequestro e assassinato de três jovens judeus por militantes do Hamas na região em junho, estopim para o recente conflito entre o governo israelense e o grupo.

O governo de Israel não explicou a decisão.

Segundo o Exército israelense, as terras foram declaradas como sendo do Estado e as partes afetadas têm 45 dias para apelar.

Israel tem enfrentado críticas internacionais em relação aos assentamentos de terras, que a maioria dos países consideram ilegal e um dos principais obstáculos à criação de um Estado palestino.

Nabil Abu Rdainah, porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas, apelou a Israel para cancelar a apropriação das terras: "Esta decisão vai levar a mais instabilidade e inflamar a situação após a guerra em Gaza".

Os EUA classificaram o anúncio de Israel como "contraproducente" para os esforços de paz. "Há muito tempo, deixamos clara a nossa oposição à continuidade da expansão dos assentamentos", disse um representante do governo americano.


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