Folha de S. Paulo


Premiê do Japão tira foto com 1.200 pessoas em reunião em São Paulo

Em plena época das selfies, ainda há quem prefira a tradição. Ao fim do encontro com a comunidade nipônica no bairro da Liberdade, em São Paulo, na tarde deste sábado, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e sua mulher, Akie Abe, sentaram-se para tirar fotografias com todos os presentes à reunião.

Por sorte, a tradição japonesa cultiva a paciência. O casal Abe tirou fotos com pelo menos 1.200 pessoas. Também era preciso agilidade. O mestre de cerimônias no encontro promovido pela Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa (Bunkyo) estipulou em 16 segundos o tempo para que cada grupo de 15 a 20 pessoas se sentasse ao redor das autoridades nipônicas e posasse para os fotógrafos oficiais do primeiro-ministro.

Foi o momento de maior aproximação entre Shinzo Abe e o público em sua visita a São Paulo. Pelo menos 2.000 pessoas se inscreveram para participar do evento no Bunkyo -a maioria, senhores e senhoras em trajes formais.

A fila para adentrar o prédio dobrava a esquina. Ao chegar ao edificio, Abe foi recebido do lado de fora por um grupo de manifestantes pacíficos, que carregava um cartaz bilíngue crítico a um acordo de cooperação nuclear Brasil-Japão. Em vez de fugir, aproximou-se do grupo para ler a mensagem. Não foi hostilizado.

Embora houvesse tradução consecutiva para português das palavras de Abe em japonês, poucos presentes tinham necessidade dela -os repórteres da imprensa brasileira talvez tenham sido o maior grupo beneficiado pela medida. O público até chegou a ajudar o tradutor, um tanto nervoso, na conversão da palavra "dólares" do japonês para o português.

O discurso de Abe focou os laços culturais entre os dois países. Prometeu reforçar o ensino do idioma no Brasil e as atividades culturais da colônia nipônica.

Como em outros momentos do dia, quis mostrar conhecimento da realidade no país. Lembrou da expressão popular "japonês, garantido" (falada com forte sotaque, mas em português) como uma demonstração da qualidade do trabalho nipônico e como um valor a ser preservado.

Ao fim de seus 20 minutos de discurso, Abe prometeu "não esquecer nunca mais" dessa visita.

Após o encontro no Bunkyo, o premiê participou, no hotel Tivoli, de encontro com atletas de beisebol, tênis de mesa e judô, modalidades que agradeceram a cooperação do governo japonês. Na demonstração de jovens judocas, mostrou grande interesse, assim como sua entourage.

A cada golpe que os atletas mostravam, pequenos gritos de aprovação (óooh) eram ouvidos do espaço destinado às autoridades.


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