Folha de S. Paulo


Chile e Peru convocam embaixadores em Israel para consulta

Os governos do Chile e do Peru anunciaram nesta terça-feira (29) que convocaram seus embaixadores em Israel para consultas.

A medida ocorre após um dos dias mais violentos da ofensiva israelense na faixa de Gaza, que deixou desde a madrugada desta terça mais de 100 palestinos mortos, além do bombardeio da única central elétrica de Gaza.

Em 22 dias, 1.116 palestinos, a maioria civis, e 56 israelenses foram mortos.

"Ante o recrudescimento das operações militares de Israel na faixa de Gaza, o Governo do Chile, em coordenação com outros de nossa região, resolveu chamar para consultas em Santiago o embaixador do Chile em Tel Aviv, Jorge Montero", afirma a nota divulgada pela Chancelaria chilena.

O governo chileno expressou ainda "preocupação com as operações israelenses" e qualificou-as como "um castigo coletivo à população civil palestina em Gaza".

A nota também condenou o "lançamento de foguetes da faixa de Gaza a Israel" mas enfatizou que "a escala e intensidade das operações israelenses em Gaza viola o princípio da proporcionalidade no uso da força, um pré-requisito para justificar a autodefesa".

O comunicado não especificou que outros países da região coordenaram a ação com o Chile.

O Peru, no entanto, também convocou seu embaixador em Israel, José Luis Salinas Montes, para consultas nesta terça.

A nota da Chancelaria peruana "lamenta profundamente a interrupção do cessar-fogo com novas operações militares de Israel em Gaza, que ocasionaram a perda de vidas humanas que se somam às mais de mil vítimas, muitas delas civis, mulheres e crianças".

Segundo o comunicado, "o Peru reitera seu rechaço ao lançamento de foguetes e a qualquer tipo de ataque contra populações civis em Israel".

Na semana passada, Brasil e Equador também chamaram seus embaixadores em Tel Aviv para consultas, o que motivou uma troca de farpas entre o Itamaraty e Israel, além de uma carta de agradecimento da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) a Brasília e Quito.


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