A polícia chinesa matou a tiros dezenas de pessoas na manhã da última segunda-feira (28) acusadas de realizar ataques com facas em duas cidades da província de Xinjiang, no oeste da China.
Um grupo armado com facas atacou primeiro uma delegacia de polícia e escritórios do governo na cidade de Elixku, no condado de Shache, segundo a agência estatal de notícias Xinhua, que citou como fonte a polícia local. Depois, alguns deles seguiram para a cidade vizinha de Huangdi, onde atacaram civis e incendiaram seis veículos.
Segundo a agência, uma investigação inicial mostrou que se tratava de "ataque terrorista organizado e premeditado".
Os mortos e feridos incluem não apenas uigures –a etnia local– mas também pessoas da etnia han, majoritária na China.
Shache, também conhecido pelo seu nome uigur, Yarkant, está localizada na parte sudoeste e fortemente uigur de Xinjiang, perto da fronteira da China com o Tadjiquistão, Paquistão e Afeganistão.
Xinjiang é a região do povo uigur, de língua turca, afetada há anos pela violência, que Pequim atribui a militantes islâmicos ou separatistas que estariam empenhados em estabelecer um Estado independente chamado Turquestão Oriental.
No ano passado, tumultos com o governo de Pequim causaram a morte de mais de 200 pessoas em Xinjiang.
A China alega que militantes uigures têm montado bases em território afegão e paquistanês nos últimos anos. O enviado especial chinês ao Oriente Médio disse que alguns desses militantes estariam sendo treinados na Síria e no Iraque.
O acesso da imprensa estrangeira a Xinjiang costuma ser dificultado pelas autoridades chinesas. A província é rica em recursos naturais e estrategicamente localizada na Ásia Central, sendo crucial para as necessidades energéticas da China.