Folha de S. Paulo


Dia mais violento de ofensiva deixa 13 soldados israelenses e 87 palestinos mortos

O Exército israelense comandou um de seus ataques mais violentos por terra contra a faixa de Gaza desde o início da operação Margem Protetora neste domingo (20), deixando ao menos 87 palestinos mortos. Segundo o Exército, 13 de seus soldados morreram —contabilizando o maior número de mortos do lado de Israel registrado em um dia de batalha em anos.

Pela manhã, Israel concordou em um cessar-fogo humanitário solicitado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha para que fosse possível evacuar feridos e civis. No entanto, ao passar menos de uma hora da trégua, o Exército israelense acusou o Hamas de violar o acordo e voltou a atacar a região violentamente.

Ambulâncias foram impossibilitadas de chegar ao local devido aos bombardeios. Ao menos 430 palestinos morreram na faixa de Gaza desde o começo da ofensiva militar.

Shajaya foi reduzida a escombros entre os corpos dos que morreram. Além disso, 250 palestinos ficaram feridos no mesmo bairro segundo declarou o agente de saúde do Hamas, Abu Yusef Resh, numa conferência de imprensa no hospital Shifa, em Gaza. Ele disse que se não evacuassem os corpos e os feridos imediatamente seria uma "catástrofe humanitária".

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon, era esperado neste domingo na região, e no Qatar estava agendada uma reunião entre o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e Khaled Meshaal, líder do Hamas exilado, que controla Gaza.

A destruição dos túneis e da infra-estrutura subterrânea é uma prioridade para Israel para impedir ataques a seu território.

"Há uma ameaça permanente de ver (combatentes palestinos) saírem de um túnel perto de uma cidade israelense para cometer um massacre", disse o porta-voz AFP Arye Shalicar militar.

O Secretário de Estado norte-americano John Kerry, reiterou neste domingo o apoio dos EUA a Israel e disse que vai viajar para o Oriente Médio para negociar o término das hostilidades na faixa de Gaza.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo que a operação para destruir a rede de túneis usados por combatentes em Gaza pode ser concluída "com bastante rapidez."

"Estamos tomando medidas para neutralizar os túneis", disse Netanyahu em uma entrevista à CNN. Questionado sobre quanto tempo levaria, respondeu: "muito rapidamente." "O importante agora é não começar a colocar prazos. Acho que o importante é acabar com as hostilidades e, em seguida, pensar em uma situação em que seja possível um cessar-fogo sustentável ", acrescentou.

Em Amsterdã, cerca de 3.000 pessoas se manifestaram sem incidentes neste domingo em apoio aos palestinos, exigindo um fim à ofensiva israelense contra Gaza, observou um jornalista da AFP.

Em Rabat, no Marrocos, milhares de pessoas também reiteraram a sua "solidariedade com o povo palestino" e "denunciaram" a ofensiva israelense em Gaza.


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