Folha de S. Paulo


Justiça italiana absolve Silvio Berlusconi pelo caso Ruby

A Corte de Apelação de Milão absolveu nesta sexta-feira o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi da condenação a sete anos de prisão por prostituição de menores e abuso de poder no chamado 'caso Ruby'.

Os três integrantes da corte deliberaram por três horas e decidiram "absolver" o magnata dos meios de comunicação porque o "fato não constitui um delito", anunciou o juiz Enrico Tranfa.

Como em outras ocasiões, Berlusconi, de 77 anos, não estava presente, pois cumpre desde 9 de maio a sentença de meia jornada com os pacientes de Alzheimer do Centro de Assistência de Cesano Boscone, na região de Milão, estabelecida pela justiça.

Com o trabalho social, o ex-primeiro-ministro cumpre a condenação de um ano de prisão por fraude fiscal no 'caso Mediaset', um de seus muitos problemas judiciais.

A absolvição de Berlusconi no caso Ruby era inesperada e provocou grande satisfação entre os advogados do empresário.

"Uma bela sentença que vai além de nossas previsões", declarou o advogado Franco Coppi.

No dia 11 de julho, o procurador-geral da corte de apelação milanesa, Piero de Petris, solicitou a confirmação da pena de sete anos de prisão pronunciada em primeira instância, por considerar que era uma "condenação severa e não podia ser impugnada".

Mas os magistrados da Corte de Apelação consideraram que Berlusconi deve ser absolvido nos dois casos.

O três vezes primeiro-ministro da Itália não cometeu abuso de poder "porque o fato não aconteceu", segundo os juízes, e foi absolvido da acusação de prostituição de menores porque "o fato não constitui um delito", nas palavras de Tranfa.

As razões técnicas da sentença serão publicadas no prazo de 90 dias, segundo o presidente da Corte de Apelação.

Para o advogado Coppi, os juízes consideraram que Berlusconi disse a verdade quando afirmou que acreditava que a jovem Ruby, uma bela marroquina que tem como nome Karima El Mahroug e recebeu o apelido de 'Ruby rouba corações', era maior de idade quando frequentava as festas noturnas na mansão do 'Cavaliere'.

Berlusconi foi condenado em junho de 2013 em primeira instância a sete anos de prisão por ter remunerado, por uma dezena de serviços sexuais, entre fevereiro e maio de 2010, Ruby, que era menor de idade na época.

Na mesma ocasião foi condenado por abuso de poder por ter pressionado, como chefe de Governo, o comandante da polícia de Milão a liberar Ruby, que havia sido detida por roubo.


Endereço da página: