Folha de S. Paulo


Em busca por desaparecidos, Israel prende 37 palestinos

O Exército de Israel disse ter detido 37 palestinos na madrugada de domingo para esta segunda-feira (23), enquanto procurava por três adolescentes desaparecidos, e ampliou a repressão sobre o grupo islâmico Hamas a quem acusa de ter sequestrado os estudantes.

Não há relatos de confrontos entre soldados e palestinos nas buscas na Cisjordânia, ocupada por Israel, onde os militares dizem ter detido 361 pessoas desde que os estudantes israelenses desapareceram em 12 de junho.

A crise agravou as tensões na Cisjordânia, que os palestinos desejam como parte de seu futuro Estado, assim como o leste de Jerusalém e a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas.

Uma porta-voz militar de Israel disse que as operações mais recentes aconteceram em Jenin, um enclave de militantes, e na área de Hebron, próxima de onde os jovens sumiram enquanto tentavam pegar carona.

"Como parte das operações em andamento, as forças (israelenses) detiveram 37 suspeitos e fez buscas em 80 localidades", declarou a porta-voz.

Autoridades palestinas disseram que soldados israelenses entraram em Belém e Nablus.

O desaparecimento dos estudantes Gil-Ad Shaer, Naftali Fraenkel, que tem dupla cidadania israelo-norte-americana, ambos de 16 anos, e Eyal Yifrah, de 19, depois de deixarem um assentamento judeu onde estavam estudando, foi comemorado pelo Hamas, que no entanto não chegou a assumir sua autoria.

"Não temos nenhuma informação sobre os três soldados-colonos desaparecidos", teria afirmado o líder supremo do Hamas, Khaled Meshaal, segundo o site Palimes, alinhado ao grupo.

"Se de fato houve uma captura, aqueles que a realizaram devem ser saudados".

Autoridades hospitalares na Cisjordânia disseram que quatro palestinos foram mortos durante conflitos com forças israelenses desde o início das buscas pelos adolescentes.


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