Folha de S. Paulo


"Nacionalismo maronita" impulsionou estudo de aramaico

Os estudos de aramaico em Gush Halav começaram há cinco anos, depois que um padre maronita voltou do Líbano com ideias nacionalistas. A liderança local tomou a ideia a partir desse ponto e, olhando para a história do Estado de Israel, desenvolveu a sua própria versão.

"O Líbano foi criado para ser uma nação maronita", diz Shadi Khalul, morador de Gush Halav e porta-voz do que chama de "lobby cristão". "Mas o Líbano não deu certo, pois os maronitas não fizeram como os judeus."

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Sionistas, afinal, trouxeram o hebraico para o uso diário, no início do século 20. De minoria, eles se tornaram maioria e se firmaram no poder. "Eles entenderam como têm de tratar a si próprios e aos outros", afirma Khalul.

Ele diz que aprendeu aramaico com um padre em três meses. Hoje fluente, passeia com orgulho pelos manuscritos centenários que mostra à Folha. "Estava bravo com os anciões por não terem nos transmitido essa cultura."

Para palestinos, os maronitas são, independentemente da religião, de cultura árabe. Os maronitas alegam descender da população que estava na região antes da chegada dos conquistadores árabes, no século 7.

Mas a língua aramaica, apesar das disputas, dá mais indícios de um núcleo comum para as populações locais. Tanto aramaico quanto hebraico e árabe são línguas de família semítica. Nesses idiomas, "paz" se diz, respectivamente, "shlomo", "shalom" e "salaam". (DB)


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