O papa Francisco convidou neste domingo (25) os presidentes de Israel e da Autoridade Nacional Palestina para reunirem-se, em junho, no Vaticano. O gesto inesperado foi rapidamente seguido do anúncio de que os líderes aceitavam o convite.
O israelense Shimon Peres deve, assim, encontrar-se com sua contraparte palestina, Mahmoud Abbas, para discutir a paz sob os auspícios do pontífice. A viagem deve irritar o premiê israelense Binyamin Netanyahu.
Segundo a agência Reuters, a oficial palestina Hana Amira disse que a reunião deve ocorrer no dia 6 de junho.
Alaa Badarneh/EFE | ||
Papa Francisco e Mahmoud Abbas, o presidente palestino, durante encontro em Belém |
O apoio simbólico virá em boa hora, já que as negociações entre Israel e palestinos desmoronaram em abril, com o fim do prazo para as conversas sem nenhum resultado prático.
Israel culpa a recente reunificação entre as fações palestinas Fatah e Hamas, enquanto palestinos exigem a soltura de presos e a interrupção da construção nos assentamentos na Cisjordânia.
BELÉM
O papa Francisco esteve neste domingo (25) em Belém, onde realizou uma missa diante da Igreja da Natividade, que celebra o nascimento de Jesus Cristo. Ele perguntou aos fiéis se seriam como Maria e José, que receberam o menino Jesus, ou Herodes, que quis exterminá-lo.
Antes da missa, o pontífice havia rompido com o protocolo ao aproximar-se do muro que separa Israel da Cisjordânia e rezar com as mãos postas nele, em forte gesto simbólico.
Palestinos esperam que o papa Francisco condene, durante sua visita, a ocupação israelense da Cisjordânia, território tomado na Guerra dos Seis Dias, em 1967, a despeito da condenação internacional.
É pouco provável que o pontífice use de tal linguagem política. Mas ele já referiu-se ao território como "Estado da Palestina", uma entidade política que Israel não reconhece, irritando assim seus próximos anfitriões.
O papa Francisco viaja nesta tarde para Israel, onde deve encontrar-se com o patriarca ortodoxo, na Igreja do Santo Sepulcro. Na segunda-feira (26), ele se despede do Oriente Médio.
Com Reuters