O papa Francisco chegou neste sábado (24) às margens do rio Jordão, na Jordânia, onde reuniu-se com refugiados sírios e iraquianos. O evento marcou seus últimos gestos durante o primeiro dia de visita ao Oriente Médio.
O pontífice encontrou-se com os refugiados em um dos locais onde se acredita que Jesus Cristo tenha sido batizado. Ali, ele benzeu-se com a água desse rio e rezou sozinho.
Crianças cantaram ao papa sobre a virgem Maria. Em discurso, ele criticou a fabricação e venda de armas aos envolvidos no conflito sírio.
Andrew Medichini/EFE | ||
Papa Francisco reza sozinho às margens do rio Jordão, na Jordânia |
A guerra na Síria foi uma das constantes de sua passagem pela Jordânia, dando indícios de qual será o tom da visita do papa ao Oriente Médio. Mais de 150 mil já morreram na Síria, desde 2011.
A Síria tem uma pequena população cristã, estimada em 10%. Cidades históricas do cristianismo, como Maalula, são alvos de ataques de rebeldes islamitas, preocupando a comunidade internacional a respeito das minorias religiosas dentro desse país.
Na Jordânia, o papa elogiou a "coexistência serena" entre cristãos e muçulmanos. "A liberdade de culto é um direito humano, e não posso deixar de expressar minha esperança de que ela seja mantida no Oriente Médio."
O papa Francisco deve dar sequência à viagem no domingo (25) viajando a Belém, na Cisjordânia, onde celebrará missa diante da igreja que marca o nascimento de Jesus. O evento será acompanhado pela comunidade cristã palestina.
ISRAEL
Após reunir-se com famílias palestinas em Belém e encontrar-se com o presidente Mahmoud Abbas, o papa deve viajar no domingo a Israel, para o ápice da visita: a celebração, na Igreja do Santo Sepulcro, do aperto de mãos entre um papa e um patriarca ortodoxo, há 50 anos.
A passagem do papa Francisco pelo Oriente Médio será curta, mas o pontífice terá suas palavras medidas por todas as partes interessadas. Palestinos esperam que ele condene a ocupação israelense, enquanto Israel aposta na melhora das relações entre esse país e o Vaticano.
O papa Francisco, por sua vez, insiste em que a visita será apenas a de um peregrino, e sua agenda dá conta mais de suas relações com a igreja ortodoxa e os fiéis locais do que com a política.
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