Folha de S. Paulo


Marcha na Venezuela desafia lei que limita protestos

Cerca de 3.000 opositores do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, marcharam em Caracas hoje, prometendo permanecer nas ruas em desafio a uma decisão do Tribunal Supremo de Justiça que limita protestos. Cerca de 30 pessoas foram presas, entre elas menores de idade, segundo a ONG Foro Penal.

Os manifestantes carregavam cartazes contra a sentença emitida na quinta pelo Tribunal que dá à polícia o direito de dispersar os protestos que não tenham autorização prévia. A decisão, dizem os opositores, é a mais recente tentativa do governo Maduro para amordaçar a dissidência e calar o descontentamento geral com os índices de inflação e a escassez de produtos.

Os protestos antigoverno, que já duram mais de dois meses, causaram 41 mortes até agora.

A oposição protestou também contra um plano do governo de reforma do currículo escolar venezuelano. Segundo os manifestantes, as novas diretrizes tem caráter doutrinário e ideológico e buscam fortalecer o modelo socialista impulsionado pelo ex-presidente Hugo Chávez e seguido por seu herdeiro político, o presidente Nicolás Maduro.

Manifestações também aconteceram hoje em outras cidades do país, como Valência (norte), San Cristóbal e Maracaibo (oeste). Apesar de os protestos terem perdido a força nas últimas semanas, ainda permanecem focos de violência, principalmente no leste de Caracas, reduto da oposição.


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