Delegações das facções rivais palestinas Fatah e Hamas tinham encontro previsto para hoje, na faixa de Gaza, para negociar a reconciliação após anos de divisão política.
A rodada de discussões tem por meta implementar acordos anteriores mediados por Egito e Qatar e, assim, encerrar a longa crise na liderança palestina a partir da realização de eleições legislativas e presidenciais. Também deve ser discutido um governo de conciliação.
O movimento é resultado de forte pressão política exercida tanto na facção Fatah, diante do aparente fracasso de suas negociações com Israel, quanto no Hamas, sufocado pela crise econômica em Gaza e pela repressão egípcia.
| Wissam Nassar/Xinhua |
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| Palestino participa de protesto em Gaza contra as divisões entre Fatah e Hamas |
Um conflito havia dividido as facções após a vitória do Hamas nas eleições legislativas de 2006, levando a um embate violento no ano seguinte. Desde então, Hamas governa a faixa de Gaza enquanto o Fatah tem poder na Cisjordânia.
O Hamas libertou recentemente uma série de prisioneiros do Fatah como gesto de boa vontade em relação a essas negociações.
De acordo com Mustafa Barghuti, secretário-geral da Iniciativa Nacional Palestina, a delegação enviada a Gaza tem cinco membros, incluindo o empresário palestino Munib al-Masri.
A divisão entre Fatah e Hamas tem repercussões diretas nas negociações de paz entre Israel e a liderança palestina, já que os EUA apoiam o Fatah como interlocutor ideal com o governo israelense.
O Hamas é visto pela comunidade internacional como uma organização extremista, e Israel nota que sua presença na mesa de negociações poderia vir a azedar as conversas.
Mas, dado que as negociações de paz entre Israel e a liderança do Fatah parecem rumar ao fracasso, a reaproximação com o Hamas pode servir de estratégia ao presidente palestino Mahmoud Abbas para apresentar-se como líder de um território unificado que inclua Cisjordânia e Gaza.
Procurados pela reportagem da Folha, representantes do Fatah e do Hamas não estavam disponíveis para comentar os eventos recentes.