Folha de S. Paulo


George W. Bush mostra seu lado pintor com retratos de líderes mundiais

O ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush abriu nesta semana uma exposição com as pinturas que fez de dirigentes mundiais. Dentre os retratados, estão o russo Vladimir Putin, o britânico Tony Blair e seu pai, o ex-presidente George H. W. Bush.

As telas estão expostas no Museu e Biblioteca Presidencial George W. Bush, na cidade de College Station, no Estado do Texas. Em entrevista a uma de suas filhas, Jenna, exibida pela NBC, Bush afirma que a pintura se tornou um passatempo.

"Inspirei-me em Winston Churchill [premiê britânico durante a Segunda Guerra Mundial], que viu a pintura como um passatempo. Ela ajuda a manter ocupada meu tempo e minha mente".

Bush decidiu começar a pintar há dois anos, após arriscar desenhos em um aplicativo de um tablet. Ele deixou a tela do aparelho e passou a fazer retratos de seus animais em seu rancho no Texas, passou para paisagens e chegou aos retratos.

Na exposição, serão expostos 24 pinturas em homenagem a líderes mundiais, em que o ex-presidente diz ter retratado a alma de cada um deles. A favorita de Bush é a de seu pai, que disse ter sido a mais difícil.

"Foi uma experiência que me deu muitas alegrias. Foi difícil, porque fiquei com medo do que ele ia achar".

CRÍTICAS

Perguntado por sua filha sobre a reação dos retratados, ele disse esperar que eles compreendam o espírito das pinturas como uma demonstração de reconhecimento.

"Tenho certeza que, quando eles souberem que eu os pintei, eles dirão 'Bem, eu espero ansiosamente ver como essa personalidade dura me pintou'. Mas eu espero que eles levem isso no espírito da amizade, que os admiro como líderes e que esperava uma oportunidade para demonstrar isso".

Após a divulgação das pinturas, começaram as críticas de internautas e da imprensa. O site Political Line colocou fotos da quebra do banco Lehman Brothers, da destruição provocada pelos bombardeios no Iraque e pelo furacão Katrina, sob a legenda: "Esta é uma pintura de George W. Bush".

O jornalista Peter Baker, do "New York Times", abriu sua análise sobre as pinturas pelo fato de que ele nunca tenha mostrado uma pintura de sua mulher, Laura. "Se George W. Bush, artista iniciante, aprendeu uma lição sobre sua nova paixão, é essa: 'Não pinte sua mulher'."

Jonathan Jones, do britânico "Guardian", qualificou os quadros como "arte de Forest Gump". "Seu retrato do Putin parece com algo que você encontraria em um dos brechós do Exército da Salvação e compraria para rir dela."


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