Folha de S. Paulo


Cerimônia de canonização dos papas João Paulo 2° e João 23 será simples

O estilo despojado do Papa Francisco está fazendo efeito sobre as cerimônias de canonização dos papas João Paulo 2° e João 23, que estão por acontecer. Os organizadores do evento informaram na segunda-feira que a cerimônia que os tornará santos, em 27 de abril, será muito mais sóbria do que os extravagantes três dias de cerimonial que acompanharam a beatificação de João Paulo 2° em 2011.

O evento de 2011 incluiu uma vigília de oração no Circo Máximo, em Roma, com a presença de dezenas de milhares de fiéis, e seu custo terminou por ser muitas vezes maior do que a estimativa original de 1,2 milhão de euros (US$ 1,65 milhão). Dessa vez não há planos para vigília semelhante.

O cardeal Agostino Vallini, vigário de Roma, anunciou que as igrejas do centro de Roma ficarão abertas a noite toda na noite anterior à canonização, para oferecer um retiro espiritual aos peregrinos, mas que não há muito mais que isso planejado.

"O que é importante acontecer é que tenhamos sobriedade, que cheguemos ao essencial", disse o monsenhor Walter Insero, diretor de comunicações de Vallini.
Reportagens na imprensa italiana informaram que cinco milhões ou até sete milhões de pessoas podem afluir a Roma nos dias que cercam a canonização, que também inclui a movimentada semana da Páscoa, antes da cerimônia, e o feriado de 1° de maio, depois.

Deve haver presença maciça de peregrinos poloneses, como aconteceu quando da beatificação do compatriota João Paulo 2°. O reverendo Francisco Lombardi, porta-voz do Vaticano, não deu importância ao número de pessoas que assistirão à canonização, afirmando que a praça São Pedro e a esplanada que conduz a ela tem capacidade para 250 mil pessoas.

Em 2011, segundo a polícia, 1,5 milhão de pessoas assistiram à missa da beatificação, ocupando a piazza, as ruas em torno dela e outras áreas da cidade, assistindo ao evento em 14 telões de televisão montados para isso.

Lombardi também se recusou a confirmar se o Papa emérito Bento 16 compareceria. Francisco encorajou Bento 16 a desempenhar papel mais importante na vida pública da Igreja, e o ex-pontífice fez uma aparição de surpresa na cerimônia de posse de 19 novos cardeais. Lombardi disse que ele certamente seria convidado. "É uma possibilidade em aberto... mas ainda falta um mês para a cerimônia".

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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