Folha de S. Paulo


G7 suspende Rússia e cancela reunião do G8 por anexação da Crimeia

Os países do G7 suspenderam nesta segunda-feira a Rússia do G8, em represália a Moscou pela anexação da região autônoma da Crimeia, que aumentou a crise entre os russos e a Ucrânia.

A decisão foi tomada após uma reunião dos chefes de Estado e de governo de Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão. Os sete países participam da Cúpula de Segurança Nacional, em Haia, na Holanda.

Segundo a Casa Branca, a suspensão foi aprovada de forma unânime. Eles decidiram também cancelar a reunião do grupo prevista para a cidade russa de Sochi e remarcá-la para Bruxelas, sem a presença da Rússia, no mesmo mês.

Em comunicado, o grupo afirma que a Rússia poderá voltar se "mudar sua atitude" em relação à crise na Ucrânia. Os sete países também ameaçaram aumentar as sanções contra indivíduos, empresas e entidades consideradas responsáveis pela anexação da Crimeia.

Em resposta à movimentação do G7, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, minimizou a expulsão. "O G8 é um clube informal. Ninguém tem carteirinha de membro e ninguém pode ser expulso dele", disse. "Todos os assuntos econômicos são decididos [nas reuniões] no G20."

As declarações foram feitas após o primeiro encontro entre Lavrov e o colega ucraniano, Andriy Deshchytsia, que havia acusado a Rússia de preparar uma invasão ao leste da Ucrânia. Na reunião, ele defendeu a consulta na Crimeia e pediu respeito à vontade da península.

CHINA

Mais cedo, Obama buscou o apoio da China em reunião com o presidente Xi Jinping. Segundo a Casa Branca, o mandatário chinês defendeu uma solução política para a crise e reafirmou a importância da soberania da Ucrânia.

No entanto, Pequim descartou ações mais duras, como as sanções econômicas feitas pelos Estados Unidos e a União Europeia. A Chancelaria chinesa ainda não fez comentários sobre a reunião.

Embora tenha se aliado à Rússia em outros problemas diplomáticos, como a guerra civil na Síria, a China se absteve no Conselho de Segurança da ONU em uma resolução sobre Crimeia.

Estados Unidos, França e Reino Unido votaram a favor da medida, que teve o veto de Moscou. De acordo com analistas, a China se absteve por um lado para manter a boa relação com os vizinhos russos e para não abrir precedentes para os separatistas Tibete e Xinjiang, por outro.


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