Folha de S. Paulo


Após senado russo ratificar, Putin assina anexação da Crimeia à Rússia

O Conselho da Federação (Câmara Alta do parlamento russo) ratificou nesta sexta-feira por unanimidade o acordo por meio do qual a Crimeia e a cidade de Sebastopol se incorporaram à Rússia, um dia após a Duma aprovar a medida.

Os 155 senadores presentes votaram a favor do acordo de adesão assinado na terça-feira pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, e os líderes da Crimeia e Sebastopol.

Após a ratificação, Putin promulgou a incorporação da república da Crimeia e do porto de Sebastopol à Russia.

Em cerimônia no Kremlin, o líder russo assinou o pacote de leis que ratifica juridicamente a incorporação da Crimeia e Sebastopol à Federação da Rússia.

Mikhail Klimentyev/Reuters
O presidente russo, Vladimir Putin, conversa com o ministro do Interior, Vladimir Kolokoltsev
O presidente russo, Vladimir Putin, conversa com o ministro do Interior, Vladimir Kolokoltsev

Antes da votação de hoje no senado, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse aos legisladores que o termo "anexação" da Crimeia à Rússia é ofensivo para os moradores da península.

"Quando se utilizam termos como anexação, considero que se ofende os cidadãos crimeanos e seu direito de expressar sua vontade", disse Lavrov em referência ao referendo no qual 97% dos eleitores locais se pronunciaram a favor da reunificação com a Rússia.

MILITARES

Segundo as autoridades da Crimeia, república autônoma ucraniana que na terça-feira assinou um tratado de incorporação à Rússia, 72 unidades militares da Ucrânia instaladas na península passaram para o controle e içaram a bandeira russa.

Entre as unidades ucranianas que passaram para jurisdição da Rússia estão seis navios de guerra e 25 embarcações de apoio, indicaram fontes do governo crimeano à agência russa "Interfax".

Segundo as autoridades da Crimeia, em todas as unidades foram realizadas cerimônias nas quais se içou a bandeira da Rússia e se entoou o hino nacional russo.

Os oficiais destas unidades, acrescentou o governo local, decidiram continuar seu serviço nas forças armadas da Rússia.

Putin ordenou ontem o reconhecimento de militares e a formação acadêmica dos oficiais ucranianos que desejem servir nas forças armadas e outras instituições russas.

"Isto dará a possibilidade de se incorporarem ao serviço, pelo menos por contrato, até quando sejam resolvidas outras formalidades, incluídas a obtenção da cidadania", disse Putin após mostrar sua assinatura na resolução. EFE


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