O presidente do PT, Rui Falcão, prestou sua solidariedade ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e disse que o mandatário sofre "tentativas golpistas" com os protestos contra seu governo, que deixaram 28 mortos em mais de um mês.
Em evento em Caracas, Falcão afirmou que Maduro enfrenta planos de derrubada dos Estados Unidos, a quem se refere como império, e da elite local que, segundo ele, "foi despida de privilégios históricos que começaram a ser retirados" pelo ex-presidente Hugo Chávez.
"Nós promovemos uma grande distribuição de renda no Brasil, assim como fez o presidente Chávez. E por isso incomodamos tanta gente", disse.
O petista ainda criticou a imprensa e os adversários políticos pelas críticas ao apoio ao governo de Maduro. "A grande imprensa, os meios de comunicação monopolizados, querem que nossa solidariedade não seja manifestada."
Falcão ainda defendeu a manutenção da democracia nos países latino-americanos e ressaltou as vitórias de Michelle Bachelet para a Presidência do Chile e de Salvador Sánchez Cerén, em El Salvador, como uma forma de união da América Latina.
"A democracia na região não é possível sem a unidade da América Latina, se não somos capazes de construir uma grande unidade democrática. A democracia não se constrói com violência, mas com paz".
Em fevereiro, o PT já havia declarado em nota seu apoio a Maduro. A declaração de Rui Falcão tem tom mais incisivo em relação à carta enviada por Lula a Maduro, há uma semana, em que o ex-presidente pediu o diálogo com "todos os democratas".
Já o governo da presidente Dilma Rousseff deu sinais desde o início da crise que não pretende intervir na situação interna da Venezuela, embora tenha dado apoio ao envio de uma comissão da Unasul para avaliar o efeito provocado pelas manifestações.