Folha de S. Paulo


Emissário brasileiro irá à Venezuela para discutir crise política

O assessor de assuntos internacionais do Planalto, Marco Aurélio Garcia, deve viajar amanhã a Caracas. Na capital venezuelana, terá encontros com representantes do governo Nicolás Maduro para discutir a recente crise política do país.

Oficialmente, Garcia representará o Brasil na homenagem ao presidente Hugo Chávez, cujo primeiro aniversário de morte será lembrado na quarta-feira. O assessor, no entanto, pode cancelar a viagem caso os protestos recrudesçam hoje, inviabilizando as conversas com o governo.

Neste momento, o Planalto descarta qualquer mediação entre o governo e os oposicionistas, até porque não houve nenhuma sondagem nesse sentido.

Alan Marques - 18.out.2013/Folhapress
Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais
Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais

O Brasil preferiu não emitir um comunicado próprio sobre os maiores protestos oposicionistas desde a eleição de Maduro, há 11 meses. Limitou-se a subscrever notas de organismos regionais, como o Mercosul, que classificou as manifestações de "ações criminosas" por "disseminar a intolerância e o ódio".

Na semana passada, em Bruxelas, a presidente Dilma Rousseff disse que o diálogo é melhor do que a ruptura institucional, mas minimizou a crise ao afirmar que a Venezuela "não tem uma situação como a da Ucrânia".

Oposicionistas vêm pedindo ao governo brasileiro uma posição clara sobre a repressão aos protestos e a prisão do líder opositor Leopoldo López, que prega manifestações de rua para pressionar Maduro a renunciar.

Presos libertados

O governo venezuelano libertou na noite de sábado 41 pessoas presas em Caracas pelo Exército na véspera, entre eles três adolescentes.

O grupo de libertados inclui a fotógrafa italiana Francesca Commissari -colaboradora do jornal local "El Nacional"-, um português que não foi nomeado e outros seis estrangeiros cuja nacionalidade não foi informada.

A soltura aconteceu em meio a protestos com milhares de estudantes, que pedem 15 minutos em rede nacional de televisão para apresentar suas demandas. Dezoito pessoas morreram nas manifestações desde 4 de fevereiro.


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