Folha de S. Paulo


Coreias fazem acordo por famílias separadas pela guerra

Coreia do Sul e Coreia do Norte chegaram a um acordo nesta quarta-feira para a retomada das reuniões das famílias separadas pela guerra, um tema sensível que Pyongyang utiliza, segundo os críticos, como moeda de troca na disputa com Seul.

Autoridades dos dois países se reuniram durante a manhã na localidade de fronteira de Panmunjom - onde foi assinado em 1953 o armistício que encerrou as hostilidades - e determinaram o final do mês como a data do que poderia ser o primeiro encontro desde 2010 entre famílias separadas.

O acordo representa o primeiro sinal de aproximação entre os dois inimigos, que há alguns anos não conseguem encontrar o mínimo denominador comum para cooperar e atenuar as tensões.

South Korean Ministry of Unification/Xinhua
Representante da Coreia do Sul Lee Duk-haeng (direita) cumprimenta contraparte do norte Park Yong-il
Representante da Coreia do Sul Lee Duk-haeng (direita) cumprimenta contraparte do norte Park Yong-il

Outras tentativas anteriores fracassaram, como as negociações de agosto do ano passado entre o Norte e a Cruz Vermelha sul-coreana. Centenas de pessoas retidas e sem notícias de parentes há 60 anos nos dois lados da fronteira deveriam reunir-se no mês seguinte, mas Pyongyang impediu e alegou "hostilidade" por parte de Seul.

Analistas não descartam uma mudança de última hora atualmente, como resultado da irritação da Coreia do Norte com os exercícios militares programados entre Estados Unidos e Coreia do Sul para o fim de fevereiro.

Desde 2000, cerca de 17 mil coreanos dos dois países encontraram filhos, irmãos ou pais com os quais haviam perdido contato.

Milhões de coreanos estavam perto da fronteira ao fim da guerra. Muitos morreram sem a chance de um reencontro com os parentes.

Quase 71 mil pessoas, mais da metade delas acima de 80 anos, aguardam do lado sul-coreano pelo reencontro com os familiares.


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