Sete pessoas foram mortas durante manifestações contra o governo egípcio neste sábado, enquanto milhares de pessoas protestavam em apoio às autoridades conduzidas pelo Exército, destacando as irregulares e rupturas políticas do país três anos após a queda do presidente autocrata Hosni Mubarak.
Forças de segurança utilizaram gás lacrimogêneo e dispararam tiros para o alto a fim de tentar evitar que os manifestantes de oposição ao governo alcançassem a Praça Tahrir, o coração simbólico do levante de 2011 que depôs o ex-comandante da Força Aérea.
Enquanto a polícia tentava acalmar as ruas do Cairo castigadas por conflitos políticos, um carro-bomba explodiu perto de um acampamento policial na cidade egípcia de Suez, informaram as forças de segurança.
A explosão, que foi sucedida por uma feroz troca de tiros, sugeriu que os militantes islamitas que se opõem ao general Abdel Fatah al-Sisi estão intensificando a revolta. Mas a crescente violência não prejudicou a popularidade do general.
Em vez de comemorar a queda Mubarak, um grande número de egípcios se reuniam na praça para jurar apoio ao chefe do Exército que depôs o primeiro presidente eleito livremente no ano passado.
A comemoração voltada a Sisi destacou o desejo predominante desses egípcios por um militar decidido que usufrui da confiança deles para encerrar a agitação política que tem afetado o Egito desde a Primavera Árabe em 2011, e que também vem prejudicando a economia.
Mas um fim para a violência nas ruas não parecia estar à vista. Não muito distante da praça Tahrir, policiais em uniformes negros empunhando rifles de assalto atiraram bombas de gás lacrimogêneo em repressão aos protestantes anti-governo, durante aproximadamente duas horas.
Quatro manifestantes foram mortos em diferentes partes da capital, para onde veículos blindados de combate foram enviados a fim de tentar manter a ordem, e qualquer um que tentasse entrar na praça tinha que passar por um detector de metais.