Folha de S. Paulo


Putin considera espionagem necessária e diz ter inveja de Obama

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que a espionagem é necessária para qualquer país do mundo, mas defendeu a regulação da atividade. Ele ainda disse sentir inveja do americano Barack Obama por poder fazer o monitoramento sem ser punido.

Questionado sobre a espionagem feita pela Agência de Segurança Nacional americana (NSA, em inglês), Putin disse que a vigilância é necessária para evitar o terrorismo, mas que deve ser regulada por "normas e regras estritas".

Putin diz querer anistiar ex-magnata opositor preso há dez anos
Putin nega que Rússia queira afastar Ucrânia da UE após acordo

"[A espionagem] sempre existiu. É uma das profissões mais antigas do mundo, ao lado de algumas outras. Não vamos enumerá-las. Não há tantas profissões tão antigas", ironizou o presidente, que foi agente da KGB, o serviço secreto russo.

Kirill Kudryavtsev/AFP
Em entrevista coletiva, Vladimir Putin, ex-agente da KGB, diz que espionagem é necessária e que tem inveja de Obama
Em entrevista coletiva, Vladimir Putin, ex-agente da KGB, diz que espionagem é necessária e que tem inveja de Obama

Para ele, a espionagem da NSA não deve ser motivo nem de alegria nem de arrependimento e que é um risco à privacidade, já que as agências não são capazes de processá-las por inteiro. O russo disse ainda ter inveja de seu colega americano, Barack Obama, de poder espionar e continuar impune.

"Sinto inveja. Invejo-o, já que ele pode fazer [escutas] e não vai acontecer nada".

SNOWDEN

Putin negou também que tenha interrogado o delator da espionagem americana, Edward Snowden, a quem concedeu asilo temporário em agosto. "Não trabalhamos com ele e nunca fizemos isso. E não fazemos perguntas a ele sobre o que fazem os serviços para os quais trabalhou no que diz respeito à Rússia".

O presidente russo indicou também que nunca se encontrou com Snowden: "Não o conheço pessoalmente, nunca me reuni com ele. É um homem nobre, interessante, mas ele deve decidir seu futuro. Nisso, nem o ajudamos, nem o limitamos, simplesmente lhe demos asilo".

"Não nego que não me é indiferente. Acho que graças a ele mudou muito na cabeça de milhões de pessoas, incluído nas dos maiores grandes dirigentes políticos da atualidade", afirmou Putin.


Endereço da página:

Links no texto: