Folha de S. Paulo


Suprema Corte da Rússia ordena revisão de julgamento das Pussy Riot

A Suprema Corte da Rússia ordenou nesta quinta-feira a revisão do julgamento de duas integrantes da banda Pussy Riot, condenadas em 2012 a dois anos de prisão por vandalismo agravado por ódio religioso. A decisão sai três meses antes que elas terminem de cumprir a pena de prisão.

Nadezhda Tolokonnikova e María Aliokhina estão em uma penitenciária em que são obrigadas a trabalhar após serem condenadas em agosto do ano passado. A terceira integrante da banda, Yekaterina Samutsevich, foi solta dois meses depois porque os juízes consideraram que ela não participou do protesto.

As três gravaram um clipe na Catedral Ortodoxa de Moscou em fevereiro de 2012 cantando uma música que criticava o presidente Vladimir Putin. Para a Suprema Corte, não há prova de que as duas tenham atuado com ódio religioso, conforme determinou um tribunal local de Moscou.

A corte de primeira instância também teria ignorado o fato de que as duas são mães de crianças pequenas, o que lhes valeria um relaxamento da pena ou o adiamento de seu cumprimento até que seus filhos tivessem 14 anos, como prevê a lei russa.

A resolução de cassação coincide com a anistia geral, a ponto de ser aprovada pelo Parlamento em ocasião do 20° aniversário da Constituição deste país. Além das Pussy Riot, a medida poderia beneficiar os 30 ativistas do Greenpeace acusados de vandalismo e pirataria ao protestar contra a exploração de petróleo no Ártico.


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