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Obama aperta mão de Raúl Castro antes de discurso no funeral de Mandela

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cumprimentou com um aperto de mãos o ditador de Cuba, Raúl Castro, antes de discursar durante a cerimônia religiosa em memória ao ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela.

O evento acontece em Johannesburgo. Longe dos olhos inclusive da imprensa americana, Obama e Raúl trocaram sorrisos e algumas palavras, ao se cumprimentarem.

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O gesto marca uma trégua na longa crise diplomática entre os dois países, que não mantêm relações desde 1962. Desde então, os mandatários americanos e cubanos só se encontram na Assembleia-Geral da ONU e normalmente não se cumprimentam.

Em 2000, no entanto, o então presidente Bill Clinton trocou um aperto de mão com o ditador Fidel Castro, irmão de Raúl, mas a imagem não foi registrada. Na época, os dois países passavam pela crise provocada pela disputa entre os pais do menino cubano Elián González.

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Depois do aperto de mãos, Obama ainda cumprimentou com um beijo no rosto a presidente Dilma Rousseff, que estava ao lado.

O cumprimento à brasileira ocorreu apesar das diferenças entre os dois devido à espionagem feita por Washington ao governo brasileiro e à Petrobras. Devido a isso, Dilma cancelou em setembro a visita de Estado que faria a Washington, a única deste tipo agendada para este ano.

O aperto de mão foi um gesto espontâneo de saudação e não vai além de troca de amabilidades, segundo um assessor da Casa Branca nesta terça-feira.

"Nada foi planejado em relação à postura do presidente além do seu discurso", disse o conselheiro adjunto de Segurança Nacional, Ben Rhodes, a repórteres que viajam com Obama. "Ele realmente não fez mais do que trocar cumprimentos com os líderes enquanto se dirigia para discursar, não foi uma conversa substancial."


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