Folha de S. Paulo


Elizabeth 2ª deve enviar Charles a funeral de Mandela; veja reações

A Rainha Elizabeth 2ª se manifestou nesta sexta-feira sobre a morte do ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, 95.

Em comunicado divulgado pelo Palácio de Buckingham, a rainha disse que "ficou profundamente triste ao saber da morte de Nelson Mandela na noite passada". "Ele trabalhou incansavelmente para o bem de seu país, e seu legado é a pacífica África do Sul que vemos hoje", disse.

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"Sua Majestade lembra com grande carinho de seus encontros com o sr. Mandela e envia suas sinceras condolências para sua família e ao povo da África do Sul neste momento de muita tristeza", conclui a mensagem.

Mandela visitou o Reino Unido pela primeira vez em 1996, dois anos depois de se tornar presidente do seu país. O príncipe Charles, que deve representar a família real no funeral de Mandela na África do Sul, disse que o ex-presidente sul-africano foi uma "encarnação de coragem e reconciliação".

O príncipe William e Kate Middleton estavam assistindo à estreia do filme "Mandela: Long Walk to Freedom", sobre a vida do ex-presidente, quando souberam ontem à noite de sua morte. "Mandela foi um homem extraordinário e inspirador e hoje meus pensamentos e minhas orações estão com ele e sua família", disse William.

Já o primeiro-ministro David Cameron afirmou que Mandela foi o "herói de nosso tempo". O ex-chefe de governo trabalhista Tony Blair considerou que o líder negro "fez do racismo não só algo imoral, mas também estúpido".

A bandeira oficial de Downing Street 10, residência oficial do primeiro-ministro, foi colocada a meio-mastro a partir de hoje. O ex-presidente sul-africano deve receber outras homenagens nos próximos dias, uma delas na Abadia de Westminster.

VATICANO

O papa Francisco enviou um telegrama de condolências ao presidente da África do Sul, Jacob Zuma, em que lembra o legado de Mandela de "forjar uma nova África do Sul com fundações firmes de não violência, reconciliação e verdade".

"Eu rezo para que o exemplo do ex-presidente inspire gerações de sul-africanos para colocar a Justiça e o bem-estar comum no ponto mais alto de suas aspirações políticas".

ALEMANHA

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que a herança política de Mandela foi "o combate não violento, assim como a rejeição a toda forma de racismo". Para o presidente Joachim Gauck, o líder negro "foi um exemplo de como é possível superar o ódio, a violência e o racismo".

RÚSSIA

Em entrevista à agência de notícias Interfax, o líder soviético Mikhail Gorbatchev afirmou que Mandela lhe havia contado que a perestroika na União Soviética, série de reformas econômicas que culminaram com o fim do regime comunista, ajudou na luta contra o apartheid.

Para o presidente Vladimir Putin, o sul-africano foi um dos políticos de maior destaque da época moderna e destacou a fidelidade aos ideais de humanidade e Justiça.

CHINA

O presidente Xi Jinping expressou sua tristeza pela morte de Mandela e disse que Pequim sempre o lembrará pelas "extraordinárias contribuições" ao desenvolvimento dos laços entre os dois países. A Chancelaria o qualificou como "amigo fiel do povo chinês que soube ganhar o respeito e o carinho de todo o mundo".

CUBA

O ditador Raúl Castro lembrou a amizade de seu irmão, Fidel, com Mandela. "Com profunda tristeza eu envio condolências do fundo do meu coração pelo falecimento de Mandela por quem o povo cubano professava o mais profundo respeito e admiração".

"Será recordado pela altura de seu exemplo, a grandeza de sua obra e a firmeza de suas convicções na luta contra o apartheid".

ISRAEL

O chefe de Estado israelense e ganhador do Prêmio Nobel da Paz Shimon Peres afirmou que o mundo perdeu um dirigente que foi "capaz de mudar o curso da história e levantar pontes de paz e de diálogo". "A herança de Mandela ficará marcada para sempre nas páginas da História e nos corações de quem se aproximou".

Já o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu o lembrou por ser "visionário e um combatente da liberdade que recusou o uso da violência".

ORIENTE MÉDIO

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, agradeceu o apoio dado aos palestinos para a obtenção de um Estado. "O povo palestino nunca se esquecerá do discurso em que afirmou que a revolução sul-africana não alcançaria seus objetivos até que os palestinos fossem libertados".

Em nota, a Presidência do Egito o destacou como fonte de inspiração para os povos e um modelo de sacrifício. O gabinete interino lembrou que o regime de Hosni Mubarak cortou os laços diplomáticos com a África do Sul por causa do regime do apartheid.

Na Turquia, o presidente Abdullah Gül afirmou que Mandela fez uma revolução "que mudou a maneira de pensar do mundo". "Era um tenaz intermediário para fazer a paz e um incansável reformador. O mundo o lembrará com admiração e gratidão".

SÍRIA

Na Síria, país que há dois anos e meio vive uma guerra civil, o presidente Bashar al-Assad lamentou a morte de Nelson Mandela na sexta-feira, dizendo que sua vida foi uma inspiração para combatentes da liberdade e uma lição para os tiranos.

"Sua história de luta tornou-se uma inspiração para todos os povos vulneráveis do mundo, na expectativa de que os opressores e agressores vão aprender a lição de que, no final, são eles os perdedores", disse o comunicado.

ÍNDIA

O primeiro-ministro Manmohan Singh classificou o sul-africano como um "verdadeiro gandhiano". "Um gigante entre os homens morreu. É uma perda tanto para a África do Sul como para a Índia. Era um verdadeiro gandhiano".

Em diversas ocasiões, o líder negro foi comparado a Mahatma Gandhi, de quem colheu sua inspiração para a luta não violenta e começou seu ativismo na África do Sul. A Índia também foi o primeiro país que Mandela visitou após ser posto em liberdade, em 1990.

DALAI-LAMA

Dalai-lama, líder do budismo tibetano afirmou que "a melhor homenagem que podemos prestar é trabalhar pela paz e a reconciliação como ele fez".

"Com sua morte, o mundo perdeu um grande líder, cuja determinação teve um papel fundamental em assegurar a paz e a reconciliação na transição do 'apartheid' na África do Sul", afirmou o líder budista. "Viveu uma vida cheia de significado", ressaltou.

URUGUAI

O presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou que Mandela foi "o irmão mais velho de todos os lutadores sociais de nosso tempo".

Mujica, de 78 anos e que da mesma forma que Mandela esteve preso em duras condições durante 13 anos antes e durante a ditadura que governou o Uruguai entre 1973 e 1985, disse que o líder sul-africano "é para a humanidade uma reserva dos melhores e eternos valores para tentar impulsionar o amor à vida".

"Homenageando Mandela homenageamos talvez a condição humana", acrescentou Mujica em seu programa de rádio.

MALALA

"Aprendi muito com Nelson Mandela e foi meu líder. Será uma inspiração eterna para mim e para milhões de pessoas em todo o mundo", disse a jovem ativista paquistanesa Malala Yousafzai.


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