Folha de S. Paulo


"Não me arrependo, assumi riscos", diz brasileira do Greenpeace

Em suas primeiras declarações dois dias após deixar a prisão russa, a brasileira Ana Paula Maciel, 31, disse à Folha nesta sexta-feira que não se arrepende de ter feito o protesto no Ártico que a levou, junto com outros colegas do Greenpeace, à cadeia em setembro.

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Ana Paula contou que a melhor coisa que sentiu fora da prisão foi poder dormir no escuro e em silêncio. "Os primeiros dias foram os mais difíceis, porque é realmente um terror psicológico não poder fazer absolutamente nada que você tem vontade. As luzes ficavam acesas 24 horas por dia na cela, você não podia escolher ficar em silêncio. Nunca pensei que fosse me sentir tão bem agora no escuro e em silêncio", afirmou, por telefone do hotel onde está em São Petersburgo.

É a primeira entrevista de Ana Paula após ser liberada provisoriamente mediante a fiança. A brasileira foi libertada na última quarta-feira depois de dois meses de prisão por ter feito, ao lado de outros 29 ativistas do Greenpeace, um protesto no Ártico contra a exploração de petróleo. Por ser liberdade provisória, ela não pode deixar o país. Todos são acusados de vandalismo e pirataria. O primeiro crime dá até sete anos de prisão, e o segundo, 15.

"Não me arrependo, porque para fazer um mundo melhor é preciso tomar riscos e aceitei os riscos. Acho que nós fizemos um protesto pacífico como fazemos há 40 anos, com o Greenpeace", disse a ativista à Folha.

Sobre a possibilidade de retorno à prisão, Ana Paula disse que está preparada: "Se acontecer, o que tiver que ser será, é assim que eu trabalho, tudo que acontece na minha vida tem uma razão".

"Continuo achando que foi exagerada a reação do governo russo, por uma manifestação pacífica, não cometi nenhum crime. Eu falei na corte muitas vezes, se a Justiça russa é justa, não tenho que ter medo de ser condenada".

Leia a entrevista completa na edição de sábado (23) da Folha


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