O jogador de críquete que se tornou político no Paquistão, Imran Khan, acusou os Estados Unidos nesta sexta-feira de deliberadamente destruir qualquer chance de conversas de paz significativas com o Teleban paquistanês por ter matado o líder da organização na semana passada.
Desde então, o Taleban rejeitou negociações com o governo e ameaçou uma onda de ataques para vingar a morte de seu chefe, Hakimullah Mehsud, na sexta-feira (1).
Khan, um político de oposição popular no país, disse em entrevista à Reuters que os Estados Unidos tinham minado as negociações em um momento em que o Taleban parecia ter se tornado mais aberto.
"Se havia uma possibilidade de negociações de paz , deveríamos ter nos agarrado ela ", disse ele em sua casa em Islamabad.
"Os norte-americanos, basicamente, poderiam ter pego Mehsud quando quisessem. Acho que escolheram esse momento para sabotar o processo de paz".
Washington tem pressionado o Paquistão para intensificar o combate à insurgência, mas o novo governo do primeiro-ministro Nawaz Sharif, eleito em maio, quer encontrar uma solução negociada para os anos de violência .
Os ataques contra o exército e civis, no entanto, aumentaram desde Sharif chegou ao poder, causando preocupação em uma região já preocupada com a retirada planejada das tropas norte-americanas do Afeganistão em 2014.
No início desta semana, o secretário de Estado americano, John Kerry, sugeriu que o ataque de drones foi justificável, mas que, ao mesmo tempo, Washington é sensível às preocupações paquistaneses.
Mehsud se mostrou disposto a negociar um cessar-fogo com o governo, mas o novo líder do Taleban paquistanês, Mullah Fazlullah , cujos homens estavam por trás do ataque a Malala Yousafzai no ano passado, se opõe fortemente a negociações.
Khan, que se tornou uma celebridade no Paquistão e no Ocidente na década de 1980 como um jovem jogador de críquete arrojado, é agora um político influente e um feroz opositor de ataques aéreos norte-americanos.