Folha de S. Paulo


Argentinos ficam fora de simulação de treinamento militar por temer confisco

A Argentina cancelou de última hora a sua participação no Cruzex, mais importante exercício militar aéreo da América Latina, que começou na segunda-feira e vai até o dia 15, no Brasil.

A razão, segundo admitiu o ministro da Defesa, Agustín Rossi, foi o receio de que algum equipamento militar fosse retido a partir de pedido de um dos "fundos abutres" que cobram do país pagamento de títulos renegociados unilateralmente na moratória de 2001.

Os fundos, que lucram especulando com países em crise, não aceitam o desconto nos papéis imposto pelos argentinos. No ano passado, a pedido deles, a fragata argentina "Libertad" ficou retida quando estava em Gana, como garantia de pagamento. Foi liberada por intervenção do Tribunal Internacional para a Legislação Marítima.

Segundo o Ministério da Defesa argentino, houve demora no envio ao Congresso de um projeto de lei solicitando a saída do país de militares e equipamentos do Exército para exercícios nos próximos 12 meses.

O ministro declarou à Rádio Dez que a demora ocorreu porque agora há maior zelo da pasta na hora de selecionar os exercícios militares de que o país participará.

"Olhamos os projetos uma e outra vez para não haver inconvenientes. Esse zelo fez com que o projeto ficasse mais tempo no Poder Executivo", disse Rossi.

Além do Brasil, sete países participam do treinamento: Canadá, Chile, Colômbia, Equador, EUA, Venezuela e Uruguai. No total, 86 aviões e 9 helicópteros simulam ambientes "de guerra moderna".

O "La Nación" publicou que seis aviões A-4AR estavam prontos para decolar para o Brasil quando receberam a ordem de ficar em solo.


Endereço da página: