Folha de S. Paulo


Comissão do Senado aprova nome de Patriota para ONU

A indicação do ex-chanceler Antonio Patriota ao cargo de representante do Brasil nas Nações Unidas foi aprovada nesta quinta-feira (26) na Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal.

O diplomata foi sabatinado pelo grupo na manhã de hoje e recebeu questionamentos sobre temas como as denúncias de espionagem dos Estados Unidos em território nacional e a presença do Brasil como membro permanente no conselho de segurança da ONU.

Patriota deixou a chefia do Ministério das Relações Exteriores no final do mês passado, após o ingresso no país do senador boliviano Roger Pinto Molina. A ação, realizada sem aval de Brasília, irritou a presidente Dilma Rousseff, e provocou a queda do ministro.

O diplomata foi indicado então para representar o Brasil na ONU, cargo ocupado pelo embaixador Luiz Alberto Figueiredo, que assumiu a chefia do Itamaraty.

Na manhã de hoje, a Comissão de Relações Exteriores aprovou ainda o nome de José Eduardo Martins Felicio para assumir a embaixada brasileira no Paraguai. O posto está sem comando desde junho de 2012, quando o Brasil retirou o então embaixador, Eduardo dos Santos, em retaliação ao "impeachment-relâmpago" de Fernando Lugo.

As relações entre os países foram restabelecidas no mês passado, com a posse do presidente Horacio Cartes.

Ambos os nomes precisam agora ser aprovados em votação no plenário da Casa - a expectativa é que isso aconteça na próxima terça-feira.

MOLINA

Durante a sabatina, Patriota foi mais uma vez questionado sobre a atuação do então encarregado de negócios em La Paz, Eduardo Saboia, responsável pela vinda do senador boliviano ao Brasil.

Mais uma vez, o ex-chanceler criticou a ação. Patriota argumentou que foi criado um grupo de trabalho para tratar do tema e que a questão "estava avançando".

"Ele o fez de uma forma que poderia ter criado graves riscos à integridade pessoal do senador Roger Pinto. (...)Não se está necessariamente favorecendo uma ação humanitária se um indivíduo resolver tomar por sua responsabilidade individual a segurança de uma pessoa. Isso foi feito em descumprimento a instruções", disse Patriota.

Ele argumentou que mesmo na Cruz Vermelha, entidade que atua em defesa dos direitos humanos, a hierarquia é "considerada fundamental".


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