O feroz movimento político armado conhecido como Al Shabaab está sob ataque cerrado na Somália, perdendo terreno e influência em seu país de origem.
Mas neste fim de semana o movimento mostrou que é tão perigoso quanto nunca como força terrorista, resistindo às forças quenianas por dois dias no shopping center Westgate, em Nairóbi.
Ao mesmo tempo, seus militantes travavam um ataque coordenado contra a União Africana na Somália.
Algumas autoridades avisaram que o Al Shabab pode estar assinalando uma ofensiva mais ampla, particularmente no Quênia, não obstante as baixas que tropas quenianas e da União Africana lhe impuseram nos últimos anos na Somália.
Autoridades antiterrorismo dizem que a sofisticação do Al Shabaab vem crescendo à medida em que o movimento se aproximou de outros grupos, incluindo franquias da Al Qaeda no Iêmen e norte da África e a organização nigeriana Boko Haram.
Compartilha com eles táticas, técnicas, treinamento e recursos financeiros. Está claro agora que o grupo está utilizando esses recursos para atacar o Quênia em seu próprio solo.
Nos últimos anos o Quênia trabalhou estreitamente com os EUA sobre cooperação militar, caçando membros da Al Qaeda e combatendo a pirataria.
A estação da CIA em Nairóbi é uma das maiores na África. E o embaixador americano no Quênia, Robert F. Godec, foi no passado o vice-coordenador de antiterrorismo do Departamento de Estado.
Mas o Al Shabab preservou sua força principal de combate --estimada pela ONU em cerca de 5.000 homens-- e evitou envolver-se em confrontos diretos.
Desde então, parece ter ganhado impulso em termos de ataques terroristas.
Não é de hoje que se receia que o Al Shabaab estaria aumentando sua capacidade de lançar ataques no exterior, temor reforçado inicialmente pelo ataque que matou 76 torcedores de futebol em Campala, Uganda, em 2010.