A chanceler do Quênia, Amina Mohamed, disse em entrevista à rede pública americana PBS que "dois ou três americanos" e "um britânico" estavam entre os militantes do grupo terrorista Al Shabaab que atacaram um shopping de Nairóbi, capital do país, no último sábado.
De acordo com Mohamed, o governo trabalha com as informações de que os americanos tinham entre 18 e 19 anos, eram de origem somali ou árabe e viviam "no Minnesota e em outra região".
Não está claro se os americanos foram capturados ou mortos --os quenianos anunciaram a morte de três terroristas e a prisão de dez suspeitos. Até as 22h (horário de Brasília), o governo dos EUA não confirmara a informação.
Nesta segunda, no terceiro dia de cerco, o governo queniano declarou estar nos estágios finais da retomada do shopping e disse "acreditar" que não haja mais reféns. A situação, porém, ainda não estava totalmente controlada.
O número de mortos pelo ataque foi revisado de 68 para 62, mas havia a expectativa de que ele aumentasse; o paradeiro de dezenas de pessoas ainda era desconhecido.
Antes da divulgação da entrevista de Mohamed, a Casa Branca disse monitorar o assédio do Al Shabaab a cidadãos ou moradores dos EUA. "Já nos preocupamos há algum tempo com as tentativas [do grupo] de recrutar americanos para ir à Somália", disse Ben Rhodes, vice-conselheiro de segurança nacional.
O chefe do Estado-Maior queniano, Julius Karangi, afirmou que os terroristas provinham de diversos países, sem especificar quais.
"Não é um acontecimento local. Estamos lutando contra o terrorismo global e temos informações suficientes para sugerir isso", declarou.
Filho de pai queniano, o presidente Barack Obama disse se solidarizar com o país africano pela violência sofrida e prometeu dar "todo o apoio necessário". O terrorismo deverá ser um dos tópicos do discurso de Obama na Assembleia-Geral da ONU nesta terça.
FUMAÇA E FOGO
Durante o dia, ouviram-se tiros e explosões no shopping, e uma coluna de fumaça preta emergiu de uma das alas do prédio pouco depois.
Segundo o ministro do Interior do Quênia, Joseph Ole Lenku, os militantes colocaram fogo em colchões dentro de um supermercado, mas o incêndio foi logo controlado. Além dos terroristas mortos, dez suspeitos foram presos.
Lenku afirmou ainda que não havia mulheres entre os militantes, mas alguns deles usavam roupas femininas.