Folha de S. Paulo


Irã diz que 80 presos foram soltos antes de ida de Rouhani à ONU

Autoridades iranianas perdoaram 80 prisioneiros antes da ida do presidente iraniano, Hassan Rohani, a Nova York nesta semana, informou a mídia do Irã nesta segunda-feira.

Em uma tentativa de sinalizar que suas rígidas políticas começam a ficar mais maleáveis após a posse do conservador moderado Rouhani no mês passado, autoridades libertaram a proeminente advogada de direitos humanos Nasrin Sotoudeh e pelo menos 10 outros prisioneiros na semana passada.

Na segunda-feira, o porta-voz da justiça Mohseni Ejei disse em uma coletiva de imprensa que 80 prisioneiros foram perdoados, incluindo alguns que foram presos após a controversa reeleição do ex-presidente de linha dura Mahmoud Ahmadinejad, em 2009.

As declarações de Ejei sugerem que entre esses 80 estão aqueles libertados na semana passada, uma medida considerada como uma tentativa de enfraquecer as críticas do Ocidente ante o histórico dos direitos humanos no Irã, antes do discurso de Rouhani na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

As libertações da semana passada ocorreram depois que o líder supremo, Aiatolá Ali Khamenei, disse apoiar a "flexibilidade" na diplomacia iraniana, um raro sinal de que ele pode estar endossando uma mudança na postura de Teerã em sua problemática relação com o Ocidente.

"Um número de prisioneiros de segurança tiveram a anistia concedida pelo líder supremo", disse Ejei.

Os Estados Unidos e seus aliados intensificaram sanções econômicas ao Irã nos últimos anos, em uma tentativa de forçar Teerã a abrir seu programa nuclear a um maior escrutínio internacional.

Rouhani deixou Teerã em direção à ONU nesta segunda-feira dizendo que apresentaria a "verdadeira face do Irã" e perseguiria negociações e a cooperação com o Ocidente para dar fim à disputa envolvendo o programa nuclear do Irã.


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