Folha de S. Paulo


Ataque no Quênia atingiu familiares de presidente; número de mortos vai a 39

O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, disse em um pronunciamento de TV que ao menos 39 pessoas foram mortas por "terroristas" em um ataque com armas a um shopping em Nairobi, capital do país africano, e prometeu "caçar os responsáveis". Outras 150 pessoas ficaram feridas.

"Os desprezíveis criminosos que realizaram esse ato covarde esperavam intimidar, dividir e causar desânimo entre os quenianos", disse Kenyatta. "Nós já superamos ataques terroristas antes e vamos derrotá-los novamente", garantiu.

O presidente disse ainda que perdeu parentes próximos no ataque. "Peço a Deus que dê conforto a vocês para enfrentar essa tragédia. Eu sei o que vocês sentem, pois também perdi familiares muito próximos nesse ataque".

Hoje, na hora do almoço no Quênia (13h locais, 8h no Brasil), um grupo de dez homens com vestes árabes invadiu o shopping Westgate com granadas e fuzis. Segundo relatos, o grupo retirou as pessoas que se declararam como muçulmanos e passaram a atirar em quem não era seguidor do islã.

O grupo Al Shabab, ligado à Al Qaeda, assumiu a autoria do ataque por meio de postagens no Twitter. A ação seria uma represália à presença de tropas quenianas na Somália, país vizinho.

CERCO CONTINUA

Cerca de doze horas após o ataque, os homens que realizaram a ação continuam no shopping, que está cercado por militares. Há refens, mas não se sabe quantas pessoas estão sob poder dos terroristas.

O Centro de Operações de Emergência do Quênia informou que cinco reféns foram liberados por volta das 0h30 no horário local (19h30 em Brasília), sem dar detalhes.

De acordo com um policial ouvido pela agência Reuters, os atiradores montaram barricadas dentro de um supermercado no local. Pouco antes de ter sua conta suspensa pelo Twitter, o grupo Al Shabab postou que os homens que estavam no shopping não iriam se render.

Editoria de Arte/Folhapress

Os governos dos Estados Unidos e do Reino Unido disseram que há pessoas de seus países entre as vítimas. De acordo com comunicado emitido pela presidência da França, duas mulheres francesas morreram na ação. O Canadá também informou que dois cidadãos do país morreram, sendo um deles um diplomata.

"Aqueles que cometeram esse ato cruel devem ser levados à justiça", disse em comunicado, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Caitlin Hayden. "Oferecemos nosso apoio ao governo queniano para isso e continuaremos ao lado do povo queniano em seus esforços para combater o terrorismo em todas as suas formas", disse o porta-voz.


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